ANP volta a investigar morte de Arafat

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado quarta-feira, 27 de abril de 2005 as 06:38, por: CdB

O Gabinete Nacional da Autoridade Nacional Palestina (ANP) decidiu, nesta quarta-feira, voltar a investigar as causas da morte do presidente Yasser Arafat em um hospital francês. A investigação estará a cargo de uma comissão especial cujos membros não foram divulgados pelo Gabinete palestino.

Arafat, conduzido no final de outubro do ano passado para receber tratamento médico no hospital militar de Percy, nos arredores de Paris, morreu em 11 de novembro e de fato, até o momento, não foram especificadas as causas de sua morte.

O tratamento no estabelecimento francês aconteceu dentro da mais estrita reserva, e as autoridades deram a conhecer um relatório de mais de 500 folhas sobre os cuidados e os motivos pelos quais morreu o líder palestino.

Algumas fontes palestinas conjecturaram que a morte de Arafat foi causada por um “envenenamento”, do qual responsabilizaram os serviços secretos de Israel, o Mossad, mas isto foi desmentido pelos médicos franceses e pela ANP.

Além disso, o primeiro-ministro da ANP, Ahmed Qorei, anunciou a formação de um tribunal especial para atender reivindicações de bens palestinos após a evacuação israelense da Faixa de Gaza.

O tribunal ad-hoc atenderá às reclamações daqueles cujas terras foram confiscadas para o estabelecimento de assentamentos judaicos, ou instalações do exército israelense, que devem ser evacuados entre julho e agosto.

Em princípio, esclareceram porta-vozes palestinos, as terras evacuadas pertencem à ANP, mas aqueles que tenham sido afetados por confiscos poderão formular suas reclamações ao tribunal.

Os assentamentos judaicos, que junto com os terrenos à disposição do exército para protegê-los, representam ao redor de um terço dos 360 quilômetros quadrados da Faixa de Gaza, que Israel conquistou na guerra de junho de 1967.

As terras ocupadas, em geral, eram consideradas “públicas” e não privadas. Com este argumento foi que se estabeleceram nelas os assentamentos -como é o caso da maioria dos levantados na Cisjordânia- embora não se descarte que tenha havido confisco de propriedades pertencentes a moradores desse território.