Ano Novo no mundo teve segurança redobrada

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Publicado quinta-feira, 31 de dezembro de 2015 as 12:51, por: CdB

O fuso horário fez com que as comemorações do Ano Novo começassem com os efeitos pirotécnicos sobre o Opera House e o Sydney Harbour Bridge, o primeiro grande espetáculo do Ano Novo

Por Redação, com agências internacionais – de Paris e Sydney

O Ano Novo chegou e, com ele, trouxe preocupação com a segurança, principalmente, na Europa e nos EUA. As festas em comemoração pela chegada de 2016, nas principais capitais europeias, foram cercadas por medidas restritivas, devido a um aumento no risco de ataques de extremistas como aqueles que ensanguentaram Paris, há algumas semanas.

Sydney abriu o ano de 2016 com sua tradicional queima de fogos sobre a baía
Sydney abriu o Ano Novo de 2016 com sua tradicional queima de fogos sobre a baía

Em Bruxelas, onde mais seis pessoas foram presas nesta quinta-feira após ameaças de ataques durante as festas de fim de ano, as comemorações públicas foram canceladas.
A capital francesa, que ainda se recupera dos massacres de 13 de novembro (130 mortos), prevê, por sua vez, um forte esquema de segurança, com um grande número de policiais e militares mobilizados para a virada do ano.
Isto é ainda mais evidente numa Europa ainda traumatizada pelos ataques jihadistas em Paris. A capital francesa não terá a tradicional queima de fogos de artifícios, por uma “questão de decência”, de acordo com a comitiva da prefeita Anne Hidalgo. A tradicional festa de Ano Novo será mantida nos Champs-Elysées, mas de forma sóbria e com 1,6 mil policiais mobilizados.
O presidente François Hollande deverá expressar sua “determinação para fazer de tudo para proteger os franceses”, em votos cheios de “seriedade e solenidade”, de acordo com seu porta-voz.

Ano Novo discreto

Apesar das ameaças, multidões ocuparam as ruas de várias cidades na Ásia, Oriente Médio, África, Europa e Américas, para celebrar a meia-noite com queimas de fogos de artifício, concertos e espetáculos de luz.
O fuso horário fez com que as comemorações começassem com os efeitos pirotécnicos sobre o Opera House e o Sydney Harbour Bridge, o primeiro grande espetáculo do Ano Novo.
A maior cidade da Austrália, onde os primeiros fogos de artifício foram lançados às 21h00 (7h00 de Brasília), investiu este ano sete milhões de dólares australianos (4,6 milhões de euros) para 12 minutos de espetáculo.
— Fica melhor a cada ano — assegurou o prefeito de Sydney, Clover Moore, que prometeu 2,4 mil fogos e mais sobre o Sydney Harbour Bridge e uma “infinidade de novos efeitos”. No total, sete toneladas de fogos serão lançados sobre a baía.
Em Hong Kong, Pequim, Cingapura e outras megacidades asiáticas estão na briga. Mas a noite foi muito sóbria em Brunei, um pequeno sultanato de Bornéu, onde a lei islâmica proíbe qualquer celebração.
Em todo o mundo, a passagem para 2016 foi acompanhada por medidas de segurança drásticas. Este é o caso na Ásia de Jacarta, onde as autoridades frustraram recentemente um projeto de atentado suicida planejado para a noite de Ano Novo.

Esperança e olho vivo

Cerca de 11 mil agentes – policiais, militares, bombeiros – contra 9.000 em 2014, serão mobilizados na capital francesa e seus arredores.
— Nós não poderíamos fazer nada (…) Depois do que a nossa cidade viveu, é preciso enviar um sinal para o mundo. Paris está de pé — declarou Hidalgo ao Journal du Dimanche.
O prefeito de Bruxelas, Yvan Mayeur, por sua vez, explicou que ”é melhor não arriscar”, ao anunciar na quarta-feira o cancelamento dos fogos de artifício esperados no centro da cidade.
Em muitos outros países, as forças de segurança foram colocadas em estado de alerta, como na Turquia, onde um ataque suicida foi frustrado em Ancara.
Em Moscou, a emblemática Praça Vermelha, tradicional local de encontro para o Ano Novo, foi este ano, pela primeira vez, fechada ao público no momento do Réveillon, novamente devido a temores de ataques.
Em Madri, onde um dispositivo de segurança sem precedentes foi anunciado, a polícia vai limitar a 25 mil o número de pessoas com permissão a ir para a Puerta del Sol, enquanto em Londres cerca de 3 mil policiais foram mobilizados para os fogos de artifício nas margens do Tâmisa.
Em Berlim, a chanceler Angela Merkel se mantém firme em sua política de abertura aos migrantes, dizendo em seus votos de Ano Novo que seu fluxo é “uma oportunidade” para a Alemanha.
Em Viena, o maestro letão Jansons, regente do famoso concerto de Ano Novo, prometeu um programa com “frescor” e “novidades”, além das mais clássicas valsas.
No Cairo, onde as autoridades tentavam desesperadamente atrair de volta os turistas, as principais celebrações estão previstas em frente às pirâmides, com muitos artistas convidados.
Na vizinha Faixa de Gaza, o Hamas proibiu as celebrações do Ano Novo em locais públicos, evocando uma ofensa aos “valores e tradições religiosas”.
Freetown, capital de Serra Leoa, um dos países do Oeste Africano mais afetados pelo surto de Ebola, fez de tudo para voltar à lista das melhores festas de fim de ano da área. Há 12 meses, as ruas da cidade estavam completamente vazias devido ao vírus.
Em Nova York, um milhão de pessoas eram esperadas, com um importante dispositivo de segurança, na Times Square, onde Demi Lovato e Jessie J. confirmaram presença no palco.
E, por fim, 2 milhões de pessoas eram aguardadas na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, para iniciar um 2016 cheio de expectativas com a realização dos Jogos Olímpicos.