Annan se diz indignado por morte de capacete azul no Haiti

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Publicado sexta-feira, 15 de abril de 2005 as 15:50, por: CdB

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, expressou indignação nesta sexta-feira pela morte de um capacete azul da Missão de Estabilização no Haiti (Minustah), o terceiro a morrer desde o início da operação, em junho de 2004.

Em comunicado, Annan lamentou a morte do soldado do contingente filipino e compartilhou a indignação expressada na quinta-feira pelos membros do Conselho de Segurança, ao mesmo tempo que condenou energicamente “qualquer ato de violência contra os funcionários da ONU”.

Os 15 membros do Conselho de Segurança, junto com uma equipe de especialistas do Conselho Econômico e Social (ECOSOC), estão desde quarta-feira no Haiti em uma missão de três dias para impulsionar o processo de transição política e o desenvolvimento econômico do país.

Depois de expressar suas condolências aos familiares da vítima e ao governo filipino, Annan reiterou que “a Minustah continuará trabalhando para o estabelecimento de um ambiente pacífico no Haiti”.

A morte do soldado aconteceu na quinta-feira à tarde, quando as tropas da Minustah, que supervisionavam um ponto de controle no bairro marginal de Citei Soleil, em Porto Príncipe, foram baleadas por homens armados não identificados.

Durante o ataque, um disparo atingiu o soldado, de quem não foi divulgada a identidade. A vítima morreu pouco depois em decorrência dos ferimentos.

O bairro da capital haitiana onde aconteceu o incidente é controlado por grupos armados favoráveis ao ex-presidente Jean-Bertrand Aristide, segundo a ONU.

Este é o terceiro efetivo da Minustah que foi morto desde que se estabeleceu a missão, em junho do ano passado. Em março deste ano, morreram dois capacetes azuis procedentes dos contingentes do Nepal e de Sri Lanka.

Liderada pelo general brasileiro Augusto Heleno Ribeiro, a Minustah é integrada por 6.012 soldados, 1.400 policiais civis e mais de 350 civis, apoiados por 800 funcionários locais.

Os principais contribuintes de tropas nessa missão são países latino-americanos: Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Equador, Guatemala, Paraguai, Peru, Uruguai, junto com militares de Espanha, França e Estados Unidos, entre outros.

O governo das Filipinas, que mantém um contingente de tropas de 135 efetivos, anunciou hoje que permanecerá no país caribenho, apesar da morte de um de seus soldados.