A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) adiou a votação, que estava prevista para esta sexta-feira, de pedidos da Santo Antônio Energia relativos ao cronograma de fornecimento de energia da hidrelétrica, como o da exclusão da responsabilidades por um período de 63 dias em que a obra foi afetada por greves e paralisações.
Segundo o relator do caso na Aneel, diretor André Pepitone, o adiamento ocorreu porque a empresa, concessionária da usina Santo Antônio (RO), apresentou na quinta-feira à agência um novo pleito, relativo ao Fator de Indisponibilidade da hidrelétrica, que a obriga a manter suas turbinas gerando 99,5 % do tempo.
– É razoável, equilibrado e ponderado fazer uma análise conjunta dos processos – disse Pepitone a jornalistas após a reunião de diretoria da Aneel.
O diretor explicou que o adiamento da decisão sobre o caso não altera a obrigação de a empresa pagar na segunda-feira cerca de R$ 860 milhões relativos aos compromissos no mercado de energia de curto prazo na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Pepitone acrescentou que, mesmo se houvesse nesta sexta-feira alguma decisão favorável à empresa, isso não mudaria o pagamento da próxima segunda-feira, referente à liquidação de operações já realizadas em julho.
O diretor disse que pretende retomar a votação dos casos no colegiado da Aneel o mais brevemente possível, preferencialmente antes da liquidação do mês de outubro, relativas às operações de agosto.
Os acionistas da Santo Antonio Energia devem se reunir ainda nesta sexta-feira para decidir se fazem ou não um aporte na companhia para fazer frente aos compromissos na CCEE.
A Santo Antônio Energia tem entre os acionistas Caixa FIP Amazônia Energia (20%), a SAAG Investimentos (12,4 %), a Odebrecht Energia (18,6 %), Furnas (39 %) e Cemig Geração e Transmissão (10 %).