Amorim rebate críticas e nega que Mercosul esteja em crise

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Publicado quarta-feira, 15 de dezembro de 2004 as 21:09, por: CdB

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, negou hoje que o Mercosul esteja em crise, e ressaltou que a integração entre os países do bloco é uma realidade que está se consolidando a cada dia. Em entrevista após o primeiro dia de reuniões com os chanceleres dos países do bloco econômico, Amorim também rebateu as críticas de que a Comunidade Sul-Americana, instituída na semana passada durante reunião de países da América Latina em Cuzco (Peru), seja uma tentativa fracassada do Brasil liderar o continente.

“Embora haja às vezes percepção crítica ou catastrófica ao Mercosul, ele vai muito bem e pujante. Prova disso é que existe uma fila de países desejosos de formalizar acordos com o Mercosul. Não é uma quimera essa realidade sul-americana. Ouvi hoje dos países um grande entusiasmo nessa integração”, ressaltou. Na avaliação de Celso Amorim, o processo de integração entre os países do Mercosul não vem ocorrendo somente com políticas dos governos, mas também por meio da população brasileira, argentina, paraguaia e uruguaia.

“Essa é uma integração que ninguém exigiu. Ainda há muito a fazer, mas temos forte participação dos parlamentares e das entidades sociais”, disse o ministro. Sobre a união aduaneira do Mercosul, Amorim afirmou que não existe mudança de rumo com relação a este objetivo. Segundo ele, as negociações estão em estágio avançado para que isso se torne uma realidade. “Temos uma agenda própria de temas que poderão ser ampliados para o Mercosul, mas que não substituem a agenda interna do bloco. São níveis de integração com profundidades diferentes”, ressaltou.

A agenda política e social do Mercosul, de acordo o ministro, poderá avançar em instâncias ampliadas do bloco econômico. “O nosso sonho é uma comunidade mais integrada do que hoje. Aquilo que não tiver relação com união aduaneira, é natural que seja tratado no âmbito mais ampliado, mas em prejuízo da agenda interna do Mercosul”, disse.