Amorim defende na ONU manutenção da ajuda ao Haiti

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Publicado quarta-feira, 12 de janeiro de 2005 as 19:40, por: CdB

“Os ingredientes mais importantes para a paz no Haiti são a esperança, a confiança e a legitimidade”, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que participou hoje em Nova York (EUA) da reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para debater os rumos da ajuda internacional ao país.

Amorim lembrou que mesmo com o maremoto no sul da Ásia, não se pode diminuir a mobilização em prol da reconstrução do Haiti. “Por piores que sejam as outras tragédias, as quais acompanhamos atentamente e que merecem resposta urgente e coordenada da comunidade internacional, não podemos permitir baixar o grau de prioridade que assumiu o Haiti na agenda internacional. Se considerarmos as taxas de mortalidade infantil, por exemplo, podemos dizer que o Haiti sofreu os efeitos de um tsunami econômico e social nos últimos dois séculos”, afirmou.

Na reunião, o ministro defendeu que o sucesso da Missão de Estabilização das Nações Unidas no país se baseia em três pilares: a manutenção da ordem e da segurança, o diálogo e a promoção do desenvolvimento social econômico. Para o ministro, é necessário um acordo que una a comunidade internacional e as força políticas haitianas em um compromisso a longo prazo.
O ministro falou também da necessidade do desarmamento da população haitiana, que disse considerar a única maneira de se restabelecer a segurança no país.

Amorim ressaltou ainda que é preciso não só desarmamento material, mas também o espiritual, por meio do diálogo político: “A prioridade é o desarmamento, como forma de restabelecer as condições mínimas de segurança para a consolidação institucional. Mas buscamos ao mesmo tempo o desarmamento dos espíritos, por meio do diálogo político. A estabilidade no Haiti não poderá ser alcançada somente através da repressão.”

O ministro citou também a realização do Jogo da Paz entre as seleções do Brasil e do Haiti: “Pequenos gestos como esse da comunidade internacional trarão de volta a esperança do povo haitiano.” E lembrou que os fundos prometidos na Conferência Internacional de Doadores devem ser pagos o mais rapimente possível, para “facilitar os trâmites necessários à execução dos projetos de impacto imediato”.