Alemanha estuda expulsar imigrantes condenados ao país de origem

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Publicado sexta-feira, 8 de janeiro de 2016 as 12:04, por: CdB

O ministro alemão disse ainda que o que se pretende é que criminosos estrangeiros condenados cumpram as penas em prisões de seus países de origem

Por Redação, com agências internacionais – de Berlim:

O vice-chanceler alemão e presidente do Partido Social Democrata (SPD), Sigmar Gabriel, afirmou nesta sexta-feira que apoia a expulsão dos refugiados que sejam condenados. A declaração foi publicada no jornal Bild.

As declarações do vice-chanceler alemão surgem na sequência de mais de 120 queixas relacionadas com agressões sexuais em Colônia, na região oeste da Alemanha, na noite de passagem de ano e que teriam sido cometidas por vários grupos de homens que, segundo as denúncias, “pareciam ser de origem árabe”.

– Estamos estudando as opções legais para mandar de volta, ao país de origem, os requerentes de asilo que cometem crimes – disse Sigmar Gabriel, que também é ministro da Economia e Energia.

Atualmente, de acordo com a lei alemã, apenas os refugiados com penas de mais de dois anos de prisão podem ser expulsos para o país de origem. De acordo com Sigmar Gabriel, o processo de expulsão de requerentes de asilo e refugiados deve ser melhorado e a condenação deve ser mais rápida e mais eficiente.

Além disso, Gabriel afirmou que a Alemanha tem de estar disposta a exercer pressão sobre alguns países, para que eles aceitem o regresso de cidadãos que cometeram crimes no exterior.

Atualmente, de acordo com a lei alemã, apenas os refugiados com penas de mais de dois anos de prisão podem ser expulsos para o país de origem
Atualmente, de acordo com a lei alemã, apenas os refugiados com penas de mais de dois anos de prisão podem ser expulsos para o país de origem

O ministro alemão disse ainda que o que se pretende é que criminosos estrangeiros condenados cumpram as penas em prisões de seus países de origem. Ele também defendeu aumentar o número de agentes e promotores na Alemanha para garantir a segurança nacional.

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, pressionou as autoridades do país a investigarem a fundo os ataques em massa contra mulheres na noite de réveillon em Colônia. Em coletiva de imprensa em Berlim na quinta-feira, ela disse que tais atos são intoleráveis.

– O que aconteceu na véspera do Ano Novo é completamente inaceitável – afirmou Merkel, após uma reunião com o primeiro-ministro da Romênia, Dacian Ciolos. “São atos criminosos e abomináveis, os quais a Alemanha não irá tolerar.”

A chefe do governo também expressou compaixão pelas vítimas. “O sentimento que essas mulheres tiveram, de estar completamente indefesas e à mercê é, para mim, intolerável. E, por isso, é importante que tudo o que aconteceu venha à tona”, acrescentou a chanceler federal.

Merkel disse ainda que o governo irá considerar algumas medidas, como mudanças na lei e maior policiamento nas ruas. Ela mencionou um aumento no orçamento do Ministério do Interior e prometeu contratar 4 mil funcionários adicionais para a Polícia Federal neste ano.

– Precisamos também continuar debatendo sobre a base de nossa convivência cultural na Alemanha. O que as pessoas esperam, com razão, é que atitudes sigam as palavras – disse ela.

Merkel prometeu dar muita atenção à questão da deportação de requerentes de asilo comprovadamente envolvidos em crimes no país, a fim de “servir de exemplo àqueles que não estão dispostos a seguir nossa legislação”.

O porta-voz da chanceler, Steffen Seibert, usou o Twitter para publicar um vídeo com o discurso desta quinta-feira, em alemão.

Uma série de assaltos e ataques sexuais a mulheres foi registrada nas imediações da estação central de Colônia, durante a noite de réveillon. Segundo a polícia, mais de 120 mulheres apresentaram queixa, e 16 suspeitos já foram identificados.

Ainda de acordo com a polícia, cerca de mil homens se dividiram em pequenos grupos para realizar os ataques. Testemunhas relataram que eles eram jovens, estavam alcoolizados e, pela aparência, seriam oriundos de países árabes ou do norte da África.

Incidentes semelhantes, mas em escala muito menor, ocorreram na mesma noite em outras cidades alemãs, como Hamburgo, Stuttgart e Bielefeld.

De acordo com os últimos dados da polícia alemã, foram apresentadas em Colônia 121 queixas, sendo que mais da metade estão relacionadas com agressões sexuais, 50 casos de roubos e dois estupros.

Na cidade de Hamburgo, também foram registradas 70 ocorrências de agressões sexuais, sendo que em 23 casos também houve ferimentos e roubos.