Alckmin tem sofrido traições em série

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Publicado terça-feira, 22 de agosto de 2006 as 11:25, por: CdB

O pífio desempenho do candidato tucano nas pesquisas de opinião tem causado um fenômeno que a cúpula do PSDB e do PFL vem analisando com cuidado nos últimos dias. Após seguidas quedas na preferência dos eleitores – apesar de reunir tempo de propaganda eleitoral gratuita e recursos financeiros superiores ao do adversário petista, Luiz Inácio Lula da Silva -, um número cada vez maior de candidatos a cargos proporcionais e até os candidatos aos governos estaduais do Ceará, o tucano Lúcio Alcântara, e de Pernambuco, o pefelista Mendonça Filho, têm tentado se aproximar da campanha petista.

Na terra do presidente do PSDB, Tasso Jereissati, Alcântara chegou a veicular, em seu programa de campanha na TV, cenas de uma visita de Lula ao Estado e elogiou o ambiente de “permanente” cordialidade entre os governos estadual e federal. Após batizar seu comitê eleitoral de “Lu-Lu”, com Lula presidente e Lúcio governador, o candidato tucano disse, ainda, que ele e o petista têm “um ótimo relacionamento”.

– Quero continuar contando com a parceria do governo federal e, sobretudo, com a parceria do povo cearense – disse.

No Estado do candidato a vice na chapa de Alckmin, senador José Jorge (PFL), o companheiro de partido Mendonça Filho repetiu o ato de traição explícita e tem citado o presidente Lula em seu programa eleitoral. Ele chegou a ser advertido pela Justiça Eleitoral, que proibiu o partido, em Pernambuco, de mostrar imagens de Lula na propaganda política. Nem assim o quadro mudou. A proibição foi contornada e a propaganda de Mendonça passou apenas a citar Lula.

No filme veiculado, o locutor do programa realçou uma suposta “parceria” entre Mendonça a Lula em duas “obras importantes”: a Refinaria da Petrobras e na Transnordestina, que tem sido criticada pelos tucanos, que a chamam de “obra de papel”.

Jereissati não esconde a sua decepção com os rumos da campanha e já pensa em intervir nos diretórios rebeldes que se proliferam pelo país. Ainda assim, assessores de Alckmin estão descrentes quanto à eficácia de uma medida mais radical em relação aos filiados que preferem apoiar Lula ao invés de Alckmin. Mas esta não é a primeira vez que este fenômeno ocorre no PSDB. O mesmo ocorreu durante a candidatura presidencial de José Serra, em 2002.

Otimismo

Apesar dos indícios de uma derrota ainda no primeiro turno, o candidato tucano à Presidência da República ganhou um reforço para ajudá-lo a caminhar pelas ruas de São Paulo. Contratados para agitar bandeiras, populares acompanharam um carro de som no corpo-a-corpo com eleitores no centro de São Paulo, na segunda. No entanto, contou com a companhia de apenas quatro candidatos a deputado.

Nem mesmo o discurso improvisado, na loja de um amigo, no Centro da cidade, chamou a atenção dos eleitores. Ainda assim, militantes tentavam despertar o interesse dos paulistanos com os dados de uma pesquisa que aponta o bom desempenho do ex-governador paulista no Rio Grande do Sul. Alckmin, minimizou a falta de apoio dos aliados.

– Cada um faz a campanha que entende que deve fazer. Nenhum problema. É que as pessoas gostam de uma fofoca. Um candidato apóia. Isso não é notícia. Alguém diz uma palavra sobre o outro, aí vira. Isso é coisa pequena. Eu não vou maximizar coisas de significado tão pequeno – disse o tucano aos jornalistas.

Reverso

O que ocorre com o candidato tucano, em nível nacional, repete-se em âmbito estadual, mas com o petista Aloizio Mercadante. Nesta terça-feira, a direção nacional do PT ampliou as discussões sobre a necessidade de se fortalecer a campanha de Lula no Estado de São Paulo e cogita levar o apoio à candidatura do peemedebista Orestes Quércia. Para a cúpula do partido no governo, São Paulo é maior colégio eleitoral do país e onde o presidente tem apenas um candidato, ainda assim, com uma votação muito aquém do líder nas pesquisas, José Serra (PSDB).

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