O único sobrevivente do acidente aéreo ocorrido na madrugada de segunda para terça-feira no leste do Sudão, Mohamed Al Fatih, não resistiu aos ferimentos e morreu, informa a rede de TV Al-Jazeera.
Al Fatih, de dois anos, perdeu uma perna no acidente e inicialmente foi considerado fora de perigo, mas não sobreviveu.
Os outros 115 passageiros morreram praticamente no momento em que o avião caiu no aeroporto de Port Suam (no Mar Vermelho). A aeronave regressava para um pouso de emergência devido a problemas técnicos, pouco depois de decolar do mesmo aeroporto.
O piloto do Boeing 737 relatou um defeito no avião pouco depois de decolar de Port Sudan, no litoral do mar Vermelho, com direção a Cartum, segundo a rádio pública. Ele tentou regressar, mas o avião caiu a poucos quilômetros do aeroporto.
Os corpos das vítimas foram rapidamente sepultados, de acordo com a tradição muçulmana, embora as autoridades tenham dito que ainda estavam tentando identificar todas as vítimas.
Ihab Al Amin, correspondente do jornal Al Cartum, que esteve no local, disse que alguns corpos foram lançados a grande distância da fuselagem e que muitos estavam com graves queimaduras. Não se sabe como a identificação vai ser feita após o sepultamento sumário.
Moradores de Port Sudan foram ao aeroporto em busca de notícias e para consolar parentes de vítimas. Em Cartum, muita gente também demonstrou desespero para saber se havia parentes e amigos a bordo.
Um funcionário da Sudan Airways disse à Reuters que 104 passageiros que 11 tripulantes morreram, todos sudaneses, inclusive 16 crianças. Há certa confusão quanto à nacionalidade das vítimas.
Al Ajab, da Sudan Airways, disse que na lista de passageiros constavam oito estrangeiros: três indianos, um britânico, um chinês, um etíope e um cidadão dos Emirados Árabes. A nacionalidade de um dos passageiros continua desconhecida, segundo ele.
A TV sudanesa disse que, por ordem das autoridades locais, os mortos foram enterrados em uma vala comum em Port Sudan, que fica cerca de 700 quilômetros a nordeste de Cartum.
O ministro da Aviação, Mohamed Hassan Al Bahi, disse que uma equipe já foi designada para investigar o acidente. Port Sudan é o único porto importante do país, e o principal terminal de exportação da nascente indústria petroleira local.
Há um ano, um cargueiro da Sudan Airways caiu em uma área residencial de Bagui, capital da República Centro Africana, matando 23 pessoas, a maioria tripulantes. Em dezembro de 1990, outro cargueiro da empresa caiu quando se aproximava do aeroporto de Nairóbi, no Quênia.
Em 1986, 60 pessoas morreram quando um avião da companhia foi atingido por um míssil disparado por guerrilheiros, logo depois de decolar de Malakal, no sul do país, região há 20 anos imersa em uma guerra civil.
A Sudan Airways disse que o 737 era o único avião pertencente à companhia. Todos os demais são alugados.