Agências internacionais rebaixam papéis da Corus após compra da CSN

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Publicado quinta-feira, 18 de julho de 2002 as 01:28, por: CdB

As ações das duas empresas também já se movimentaram bastante depois do anúncio. Os papéis da Corus caíram 3,8% nas primeiras horas de negociação, enquanto as ações da CSN subiram 26% após o anúncio, para se acomodar numa alta de 12,6% às 11 horas (no horário de Brasília).

O anúncio de um acordo de intenções para uma fusão com a CSN foi feito pela siderúrgica anglo-holandesa Corus nesta quarta-feira em Londres.

Com isso, a Corus torna-se a quarta maior empresa siderúrgica mundial, com um faturamento estimado em US$ 13,5 bilhões.

Entre os planos da empresa para o Brasil está o aumento da extração de minério de ferro da reserva da Casa de Pedra, em Minas Gerais, pertencente à CSN, do volume atual, de 10,7 milhões de toneladas por ano, para 30 milhões de toneladas.

A empresa não anunciou, no entanto, se pretende processar o minério excedente no Brasil ou exportá-lo para uma de suas outras siderúrgicas.

Composição acionária

A CSN também deverá se concentrar na produção de aço, vendendo os negócios de outras áreas.

A operação vai acontecer por meio de troca de ações. Os acionistas da CSN vão trocar seus papéis por ações de uma nova empresa, chamada TopCo.

A Corus terá 62,4% das ações da nova empresa. Os sócios da CSN – que foi privatizada em 1993 – receberão os restantes 37,6% da nova empresa.

Antes de ser concluído, o negócio precisa ser aprovado pelos acionistas das duas companhias.

A Corus vai assumir a dívida da CSN, de US$ 2,2 milhões no fim do ano passado.

Produção

A fusão vai dar à nova empresa uma capacidade de produção anual de 23 milhões de toneladas de aço – a Corus é uma das líderes européias na produção de aço carbono e a CSN é uma das siderúrgicas com menor custo de produção mundial.

A nova empresa terá unidades de produção no Brasil, na Europa e na América do Norte e um portfólio de produtos de aço carbono planos e longos.

“A junção de forças é muito importante para a CSN, levando a um grupo maior, que vai se tornar uma companhia realmente internacional”, afirmou o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch.

Ele vai se tornar membro da diretoria e vice-presidente do Conselho da Corus a partir da conclusão do negócio e assumir a Presidência do Conselho de Administração da empresa quando o atual presidente, Brian Moffat, se aposentar, em 2004.

“Estamos dando um passo importante e focando os negócios da Corus na produção de aço”, afirmou o diretor-executivo da empresa, Tony Pedder.

Ações

As ações da Corus continuarão a ser negociadas nas bolsas de Londres, Nova York e Amsterdã. As ações da TopCo – o novo nome da CSN – serão listadas na Bovespa e na Bolsa de Nova York.

A Vicunha, que atualmente detém 46,5% do capital da CSN, vai manter a mesma proporção de ações na nova empresa.A Corus estima em US$ 300 milhões o custo da transação, que deve gerar uma economia de US$ 250 milhões ao longo de três anos.