Afeganistão confirma morte de líder extremista do Talebã

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Publicado sexta-feira, 4 de dezembro de 2015 as 11:54, por: CdB

Por Redação, com Sputnik Brasil – de Quetta:
Mullah Akhtar Mansour, líder do rupo terrorista Talebã no Afeganistão, foi realmente morto. Esta informação foi confirmada à agência de notícias afegã Bokhdi pelo primeiro vice-presidente do Afeganistão Soltan Fayazi. De acordo com as palavras dele, o líder do movimento radical Talebã sofreu uma lesão em um dos confrontos locais na cidade paquistanesa de Quetta.
Nesta sexta-feira foi divulgada informação contraditória sobre o destino de Mansour.

Mullah Akhtar Mansour, líder do rupo terrorista Talebã no Afeganistão, foi realmente morto
Mullah Akhtar Mansour, líder do rupo terrorista Talebã no Afeganistão, foi realmente morto

Entretanto o primeiro vice-presidente do Afeganistão confirmou a morte no mesmo tiroteio de um dos antigos chefes do Talebã Mullah Abdollah Sarhadi.
Esta informação foi confirmada por várias fontes da agência russa de notícias Sputnik Dari e Sputnik Pashto.
Anteriormente os meios de comunicação afegãos declararam a morte em Quetta de quatro companheiros de armas próximos de Mansour.
Lembramos que Zabihollah Mojahed, que se declara como representante oficial do Talebã, desmentiu, através das redes sociais, a morte de Mullah Akhtar Mansour e duvidou do próprio fato de tiroteio. No entanto, várias edições afegãs, alegando fontes próximas ao comando dos talebãs afegãos, divulgam que o tiroteio teve lugar e Mansour é ferido e hospitalizado.
Mansour foi anunciado como o novo chefe do Talebã em 31 de julho deste anos depois de o movimento terrorista confirmar a morte de Mullah Mohammad Omar que liderou o Talebã por cerca de duas décadas. Informa-se que alguns líderes do movimento recusaram-se a reconhecer Mansour com o novo chefe do Talebã.
Mullah Mansour tinha 55 anos. Ele é natural da província afegã de Candaar. Com o Talebã no poder no Afeganistão, ele ocupava o cargo de ministro da Aviação.
EUA e Talebã
O representante do Pentágono, o capitão Jeff Davis, usou a palavra “parceiro” em relação ao movimento Talebã.

– Atualmente consideramos o Talebã como um parceiro importante no processo de reconciliação realizado sob a chefia das autoridades afegãs… Não realizamos operações ativas contra o Talebã.

O especialista político afegão Masoud Matin comentou a afirmação do representante norte-americano à Sputnik e a chamou “de declaração mais honesta durante a missão de 14 anos no Afeganistão”:

– A luta contra o terrorismo no nosso país? Eles estavam interessados só no acesso aos recursos minerais do Afeganistão mesmo, tal como os países vizinhos; além disso, havia o objetivo de fortalecer a influência sobre os rivais, Rússia e China. Os militantes do Talebã, al-Qaeda ou Estado Islâmico… Todos eles servem o Pentágono, todos eles, por ordem de Washington, no tempo certo mudam a roupa e entram na arena política afegã com ‘novos’ lemas e armas ocidentais.

O Pentágono corrigiu a afirmação original. Segundo eles, tinha sido um lapso. O seu representante pretendia dizer que os EUA aceitam a possibilidade de negociar com o Talebã e o incluir na vida política do Afeganistão. Se destaca: só com a condição de reconciliação com as autoridades oficiais do país.

O especialista Vahid Mouzhdeh considera que o Pentágono tem se confundido:

– Talvez o Pentágono se quisesse referir às negociações com o Talebã no Qatar? Ou com algum outro grupo?… Parece que os EUA estão embaraçados. Não têm uma posição firme quanto ao Talebã. Eles mesmos não entendem o que querem e o que é necessário fazer. Por isso hoje eles dizem uma coisa, amanhã dizem outra.

A situação no Afeganistão se deteriorou muito nos últimos meses pois o Talebã, que antes controlada principalmente áreas agrícolas do país, reagrupou suas forças e lançou diversas ofensivas contra as do país cidades.
Ao final de setembro, os terroristas tomaram a cidade de Kunduz, no norte do Afeganistão, e atualmente estão atacando Ghazni, centro administrativo da província localizada a sudoeste da capital, Cabul.
Desde o início deste anos, ataques terroristas no território afegão mataram mais de 3,5 mil pessoas e feriram aproximadamente 7 mil, de acordo com dados do Estado-Maior da Rússia.