Adauto admite caixa 2 na eleição do PT

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Publicado quarta-feira, 9 de novembro de 2005 as 12:50, por: CdB

Ex-ministro dos Transportes, Anderson Adauto admitiu nesta quarta-feira a utilização de recursos do caixa 2 em todas as campanhas que disputou, mesmo nas duas disputas eleitorais da qual participou como coordenador. Ele confirmou, em depoimento à CPI do Mensalão, o recebimento de R$ 450 mil do valerioduto por intermédio do do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. O nome do irmão do ex-ministro, Edson Pereira de Almeida, aparece na lista dos beneficiários dos saques da conta da SMP&B no Banco Rural.

– Não quero me eximir da responsabilidade, mas é cinismo quem disser que não é assim com a prática de caixa 2. É claro que isso é irresponsabilidade, mas eu estou pagando por isso. Em todas eleições você fica com dívida para trás. Isso é natural. Eu fechei a campanha de 2002 como fechei as outras oito campanhas que disputei – afirmou.

Segundo Adauto, o dinheiro foi usado para pagar dívidas de campanha de 2002 não registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele também assinalou que, ao término da campanha de 2002, procurou Delúbio e lhe pediu ajuda para saldar as dívidas. Segundo relatou, o ex-tesoureiro teria dito-lhe que precisava auxiliar financeiramente outras pessoas e pediu um prazo para que os recursos fossem repassados, tanto que os recursos não chegaram de uma só vez.

Em depoimento à CPMI, o empresário Marcos Valério disse ter passado R$ 12 milhões para o PL, partido de Adauto. O presidente da legenda, Valdemar Costa Neto (PL-SP), só admite ter recebido metade desse valor. Ele afirmou à CPMI que R$ 2 milhões teriam sido repassados para a campanha de Adauto, em 2002.

Gaúchos

Ainda na tarde desta quarta, a CPMI promoveu audiência pública com o ex-secretário de Finanças e atual secretário de Assuntos Institucionais do PT do Rio Grande do Sul, Marcelino Pires. O PT gaúcho assume ter utilizado R$ 1,05 milhão repassados pela empresa SMPB, de Valério, para pagamento de dívidas a fornecedores em campanhas eleitorais.

Nesta quinta-feira, às 9 horas, a CPMI ouve Paulo Antônio Bassoto, integrante do diretório municipal do PT em Canoas (RS). Ele teria efetuado dois saques, no total de R$ 1,2 milhão, para o diretório do PT gaúcho.