Abusos dos EUA nas prisões do Iraque continuam, diz o Post

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Publicado segunda-feira, 24 de abril de 2006 as 10:31, por: CdB

Inspetores norte-americanos e iraquianos descobriram casos de abusos de prisioneiros em cadeias administradas pelo Ministério do Interior do Iraque e visitadas desde o ano passado até fevereiro, disse uma reportagem do jornal Washington Post nesta segunda-feira. Segundo o jornal, que cita fontes dos EUA e do Iraque envolvidas nas inspeções, tropas norte-americanas não transferiram todos os detidos para locais seguros, conforme fizeram depois que encontraram 173 prisioneiros, alguns deles com sinais de tortura, em um porão secreto em Bagdá, em novembro.

Apenas um pequeno número dos detidos que sofreram os abusos mais sérios em uma das seis prisões visitadas desde novembro foi transferido para tratamento médico. Prisioneiros de outras duas prisões foram transferidos para aliviar a superlotação, disse o Post. A permanência de presos em locais onde sofriam tratamento abusivo levou os inspetores a questionarem se os militares dos EUA estão seguindo a promessa feita em novembro por Peter Pace, chefe do Estado-Maior Conjunto, de que as tropas norte-americanas tentariam evitar qualquer tratamento desumano que vissem, de acordo com o Post.

Autoridades militares dos EUA confirmaram que houve sinais de abusos graves em dois dos centros, disse o jornal. Mas o major-general John D. Gardner, comandante norte-americano das operações de detenção no Iraque, afirmou ao Post que “discorda fortemente com a declaração de que americanos estão vendo casos de abuso e não fazendo nada”.

Ataques continuam

Quatro carros-bomba atingiram Bagdá nesta segunda-feira, matando ao menos seis pessoas e ferindo quase 50, disse a polícia. Duas explosões ocorreram perto da Universidade Mustansiriya, matando ao menos três pessoas e ferindo 15. Mais cedo, um outro carro-bomba matou ao menos três pessoas e feriu 25 na área do Ministério da Saúde, no centro da cidade. Um outro ataque após as três explosões feriu oito pessoas.