ABJD critica novo ministro ‘terrivelmente evangélico’ do STF

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Publicado quinta-feira, 2 de dezembro de 2021 as 16:21, por: CdB

Durante a sabatina, André Mendonça disse que sua posição religiosa não prejudicaria seu trabalho como ministro do STF. Para a advogada da ABJD, não há problemas em professar ou não qualquer tipo de fé, mas sim ter conexões particulares com igrejas, como demonstrou em sua defesa da reabertura de cultos religiosos.

Por Redação – de São Paulo

Para a advogada, historiadora, pesquisadora e integrante da coordenação-executiva da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), Tânia Oliveira, a aprovação do advogado e pastor presbiteriano André Mendonça para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF) trata-se de “uma afronta ao Estado democrático de direito”.

Mendonça, STF
‘Terrivelmente evangélico’, André Mendonça é agora um dos ministros da Corte Suprema

O plenário do Senado aprovou na véspera, por 47 votos a 32, o nome do bolsonarista “terrivelmente evangélico” para ocupar a vaga deixada pelo ministro Marco Aurélio Mello. Durante a sessão, Mendonça buscou usar um tom mais “moderado” para ser aprovado.

— Foram mais de oito horas de sabatina onde ele tentou esconder sua militância bolsonarista e as práticas religiosas. Essa aprovação é bastante complicada, apesar dele se afastar do radicalismo na sabatina, não há como acreditar no que foi dito ali. Ele disse, por exemplo, que respeitaria o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas não significa que não votará contra. É um jogo de palavras — afirmou Oliveira, à agência brasileira de notícias Rede Brasil Atual (RBA).

Sabatina

Após ter o nome aprovado pelo Senado, Mendonça comemorou com um discurso emocionado para seus apoiadores evangélicos.

— Logo depois da aprovação, ele voltou a mostrar sua verdadeira face. Sem precisar mais dos votos, voltou a ser um pregador, um pastor — analisou a advogada.

Durante a sabatina, André Mendonça disse que sua posição religiosa não prejudicaria seu trabalho como ministro do STF. Para a advogada da ABJD, não há problemas em professar ou não qualquer tipo de fé, mas sim ter conexões particulares com igrejas, como demonstrou em sua defesa da reabertura de cultos religiosos, na posição de advogado-geral da União, durante o auge da pandemia de covid-19.

— Nós não sabemos a religião de nenhum dos dez ministros do STF, o que mostra a necessidade de haver a separação entre Estado e a religião. Portanto, se houver essa mistura, é uma afronta ao Estado democrático e à Constituição — criticou Tânia Oliveira.

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