Cerca de oito anos após o sucesso do premiado curta <i>A pessoa é para o que nasce</i>, o diretor carioca Roberto Berliner retoma o trabalho e amplia a produção sobre as irmãs cegas, Regina, Maria e Conceição, que ganhavam a vida cantando pelas ruas de Campina Grande, na Paraíba. O primeiro longa do diretor estréia, nesta sexta-feira, em São Paulo e Rio de Janeiro No curta, premiado como melhor filme no Festival do Rio em 1999, Berliner apresentava o cotidiano das três mulheres que, mesmo sendo deficientes visuais, cantavam nas ruas e assim garantiam a sobrevivência de 14 parentes. Agora, o diretor aborda a mudança na vida do trio, que se tornou celebridade justamente a partir da própria produção do curta-metragem. O encontro com o cineasta, aliás, foi decisivo. Quando as conheceu, em 1997, na época em que filmava a série de TV <i>Som da rua</i>, sobre músicos anônimos, Berliner encontrou as irmãs em um momento de interrupção momentânea da carreira. Foi a produção do programa quem lhes deu novamente os ganzás, instrumentos com os quais se apresentavam, o que permitiu retornarem à vida artística. A repercussão deste programa de TV, bem como do curta filmado posteriormente, fez com que a música das irmãs chegasse aos ouvidos de gente como Naná Vasconcelos e Gilberto Gil, na época curadores do festival Percpan. Assim, elas foram convidadas para participar do festival como artistas profissionais, apresentando-se em Salvador e São Paulo, pela primeira vez na vida recebendo cachês e ao lado de atrações nacionais e internacionais. O longa registra esta que foi a única turnê das “Ceguinhas de Campina Grande”, como foram chamadas pela imprensa. O diretor Roberto Berliner tem 46 anos e filmou curtas premiados no Brasil e no exterior, caso de <i>Angola</i> (1989), <i>Street Sounds</i> (1997) e <i>Tuning the Inner</i>. |
A pessoa é para o que nasce aborda efeitos do sucesso
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Publicado quinta-feira, 2 de junho de 2005 as 14:48, por: CdB