Plano de carreira transforma vaias em aplausos ao presidente

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado segunda-feira, 6 de fevereiro de 2006 as 14:45, por: CdB

A promessa de que o governo irá anunciar, ainda este mês, um plano de carreira para os funcionários do Ministério da Educação, pronunciada pelo ministro Fernando Haddad, transformaram em aplausos as vaias dos servidores que faziam um protesto em frente ao prédio do MEC ao presidente Luiz Inácio Lula da Siva, quando ele deixava o local.

Na chegada ao MEC, onde sancionou duas leis na área de Educação, Lula entrou pela porta lateral, devido à manifestação. Enquanto transcorria a cerimônia, o ministro negociou com os manifestantes e deu a notícia de que o plano de carreira será anunciado ainda este mês, o que mudou o ânimo dos servidores. Diante da calorosa recepção, na saída, Lula se aproximou dos servidores e fez questão de cumprimentá-los.

Na cerimônia, o presidente ressaltou a importância de uma das leis sancionadas, que aumenta de oito para nove anos a duração do ensino fundamental. A partir de agora, as crianças serão matriculadas nas escolas públicas a partir dos seis anos. A expectativa do governo é que até 2010 todos os municípios brasileiros estejam adaptados à nova regra. Lula também sancionou a lei que concede bolsas de estudo para aperfeiçoamento de professores, que variam de R$ 100 a R$ 1.200.

Lula disse que, com o aumento de duração do ensino fundamental, o Brasil está equiparado a qualquer país do mundo, ressaltando que a mudança é importante para maior aprendizagem dos estudantes no futuro. Disse ainda que é preciso encarar os recursos destinados na educação como investimento, e não como gasto.

– Está proibido as pessoas utilizarem a palavra gasto quando se fala em educação – discursou Lula, defendendo a reforma universitária, que prevê a autonomia das unidades.

O presidente disse ainda que a autonomia deve ser uma conquista, e não apenas uma peça de discurso de campanha. Numa crítica a seus antecessores, Lula ainda fez questão de dizer que há muitos anos nenhum presidente visita o MEC.