Dois afegãos morreram nesta segunda-feira durante manifestação contra a publicação em jornais europeus de charges com a imagem do profeta Maomé. Eles teriam sido as primeiras vítimas fatais dos protestos em vários países muçulmanos, que já dura mais de uma semana. O incidente ocorreu em Mihtarlam, ao leste do Afeganistão. A polícia abriu fogo contra os manifestantes após um dos militantes ter disparado uma arma, segundo um porta-voz do governo.
Outras três pessoas ficaram feridas, entre elas um policial que levou uma facada e um manifestante que foi baleado. Na capital do país, Kabul, a polícia reprimiu a golpes de cassetete uma passeata de cerca de 200 jovens em frente ao palácio presidencial. O protesto continuou com o apedrejamento de uma base militar americana e de veículos das tropas de paz da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Houve protestos também nesta segunda-feira na Indonésia, na Tailândia e na Índia. Uma greve geral foi convocada na Caxemira indiana, em repúdio à publicação das charges pelos jornais. As charges apareceram inicialmente no jornal dinamarquês Jyllands-Posten em setembro e foram posteriormente republicadas por jornais de países como Alemanha, Itália, Holanda e Espanha, todos dizendo estar exercendo seu direito à livre expressão.
Elas associam o profeta Maomé ao terrorismo dos extremistas islâmicos. Os muçulmanos são proibidos de fazer representações gráficas de Deus ou de Maomé e consideram as caricaturas um insulto. Durante o fim de semana, violentos protestos no Oriente Médio contra a publicação dad charges resultaram na invasão e incêndio das embaixadas da Dinamarca em Damasco (Síria) e Beirute (Líbano).