Desemprego diminui a níveis de 2001

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Publicado terça-feira, 20 de dezembro de 2005 as 12:51, por: CdB

O desemprego em São Paulo diminuiu em novembro em razão de uma aceleração sazonal da economia com as festas de final de ano, mas a renda do trabalhador caiu no período, mostrou uma pesquisa do Dieese e da Fundação Seade, nesta terça-feira. A taxa de desemprego na região metropolitana caiu para 16,4% em novembro, ante 16,9% em outubro, atingindo 1,648 milhão de pessoas. Essa foi a menor taxa registrada para o período desde 2001.

Foram criadas 86 mil vagas em novembro, o que levou a uma redução de 43 mil no número de desempregados já que 43 mil novas pessoas entraram no mercado de trabalho. O comércio criou 31 mil postos de trabalho no mês passado, o setor de serviços abriu 29 mil e a indústria, 25 mil. Os rendimentos médio real do pessoal ocupado e assalariados, no entanto, caíram em 1,5% cada em outubro, pago em novembro, para respectivamente R$ 1.062 e R$ 1.138.

A pesquisa acrescentou que a taxa de desemprego oculto caiu para 6,2% em novembro ante 6,3% em outubro, enquanto a de desemprego aberto passou para 10,2% contra 10,6% anterior.

Projeções

No ano que vem, a taxa de desemprego tende a cair na Região Metropolitana de São Paulo. A projeção é de Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Sócio-econômicas (Dieese). Ele acredita que a economia deverá crescer mais do que este ano, devido as eleições e também pela política econômica, que promete redução da taxa Selic, os juros básicos da economia. No último trimestre, o Comitê Política Monetária (Copom) reduziu a taxa básica de juro da economia de 19,75% para 18% ao ano.

Outro ponto que poderá contribuir para o melhor desempenho da economia, na área do emprego é o câmbio, diz Lúcio. A cotação do real frente a moeda norte-americana voltou a cair nas últimas semanas, o que favorece as exportações. Há nove dias consecutivos o valor do real cai em relação ao dólar, que voltou ao patamar de R$ 2,30. Este ano, a cotação do real chegou a subir a R$ 2,17.

– O volume de demanda deve ser bem maior em alguns setores, como o gráfico, mas o Brasil vai ter que aproveitar o crescimento mundial. Em 2005, o país perdeu esta onda – disse Lúcio.

Este ano, a Fundação Seade e o Dieese estimam que a taxa de desemprego fechará o ano entre 17% e 17,5%, portanto, abaixo da taxa de 2000, de 17,6%. Em dezembro de 2004, a taxa fechou em 17,1%. Para este mês, a expectativa é que o desemprego permaneça em queda, já que o comércio continua contratando.