Hamas disputa as eleições palestinas contrariando os EUA

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Publicado domingo, 18 de dezembro de 2005 as 19:20, por: CdB

O Hamas vai participar da eleição palestina no próximo mês, apesar do pedido do Congresso dos EUA para excluir o grupo militante islâmico da disputa, disseram autoridades palestinasneste domingo.

– As eleições legislativas vão ser realizadas como programado. O direito democrático de participar das eleições é garantido por lei. Nós não podemos excluir ninguém – disse Nabil Abu Rdainah, porta-voz da Autoridade Palestina.

O Hamas, que disputa as eleições pela primeira vez, deve conseguir uma grande votação em 25 de janeiro, aproveitando-se de sua atual popularidade, que lhe confere uma imagem de ausência de corrupção, e de seu trabalho assistencial na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Autoridades palestinas têm pressionado o presidente Mahmoud Abbas a adiar as eleições palestinas temerosas de que o fortalecimento do Fatah interrompa as negociações de paz com os israelenses. O grupo militante, que jurou a destruição de Israel, recebeu um impulso devido a um racha no Fatah, a facção dominante do presidente Mahmoud Abbas, que pode diluir o apoio ao partido governante. Israel avisou na quinta-feira que se o Hamas conseguir dominar a política, será o fim das esperanças de negociações de paz, porque o grupo jurou destruir o Estado judeu.

A resolução do Congresso norte-americano diz que “organizações terroristas como o Hamas não deveriam ter permissão para participar das eleições palestinas” até que reconheçam o direito de Israel existir, condenem o terrorismo e desarmem e desmantelem a infraestrutura terrorista”. A resolução foi aprovada com 397 votos contra 17. Abraçando a decisão, Israel disse que pressionaria Abbas a excluir o Hamas das eleições. O Hamas, que tem promovido uma campanha de homens-bomba contra Israel, disse que a resolução intefere em assuntos palestinos.

– A eleição é um assunto palestino interno e uma obrigação nacional e interna. Nem a América nem nenhum outro partido tem o direito de intervir neste processo democrático – disse à Reuters o líder do Hamas Saeed Seyam.