Em telefonema do ex-ministro da Educação, ex-presidente do Partido dos Trabalhadores e um dos principais conselheiros da alta cúpula do governo, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que passou o dia em sua residência de São Bernardo do Campo, sem compromissos oficiais, deu sinal verde para a movimentação que o PT desenvolve, a partir desta semana, pela sua reeleição. O presidente se deixou trair, em entrevista nesta sexta-feira, quando afirmou ser candidato nas próximas eleições e, sem seguida, voltou atrás e preferiu afirmar que somente irá rever este tema a partir de março do ano que vem.
De volta a Brasília na noite deste domingo, Lula reúne a equipe de coordenação política do Palácio do Planalto. O objetivo formal da reunião semanal é definir as prioridades do governo na semana, mas o tema da reeleição está na pauta da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, que irá repercutir com o presidente os principais temas em debate na arena política nacional.
Na direção do PT, onde já começaram os preparativos para a campanha de 2006, ganha força a idéia de reforçar os investimentos na área social, como sugeriu a ministra Dilma, principalmente na Educação e em programas dirigidos à distribuição de renda. Em conversas com jornalistas, neste domingo, Genro afirmou que já existe a consciência formada, na direção do partido de que será apresentado “um presidente à reeleição e a construção de um programa é fundamental”.
– Vemos esse tipo de debate a partir da perspectiva da reeleição, para a construção de um programa para a reeleição do Lula – afirmou.
O presidente do PT, Ricardo Berzoini, concorda com seu antecessor e garante que os programas sociais serão retomados com lastro na redução do superávit fiscal, na contramão do que prevê o ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Esta, aliás, foi a principal razão do desencontro de ideais entre ele e a ministra Dilma Roussef.
– A economia brasileira não terá mudanças profundas, apenas será adicionado ao crescimento econômico a distribuição de renda, desenvolvimento ambientalmente sustentável e identidade cultural própria – completou Berzoini, que defende a Educação como eixo central dos investimentos sociais do governo para o ano que vem.