Bush defende ação no Iraque e rebate críticas da Anistia

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Publicado terça-feira, 31 de maio de 2005 as 21:49, por: CdB

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, defendeu nesta terça-feira o plano de ação de seu governo no Iraque e classificou de “absurdas” as duras críticas da Anistia Internacional (AI) sobre os maus-tratos contra presos na base militar americana de Guantánamo, em Cuba.
Em entrevista coletiva concedida no jardim da Casa Branca, Bush abordou ainda questões como o “sólido” desempenho da economia americana e as negociações sobre programas nucleares com a Coréia do Norte e o Irã.

Bush concedeu a entrevista em um momento delicado, pois tem sofrido uma série de derrotas no Congresso. A confirmação de John Bolton, candidato do presidente a embaixador do país nas Nações Unidas, encontra-se estagnada, e membros do Legislativo promovem uma lei para liberar experiências com células-tronco embrionárias, apesar da oposição da Casa Branca.
Bush também enfrenta críticas em relação ao aumento da violência no Iraque. No último mês, mais de 750 pessoas morreram no país, e as denúncias sobre maus tratos a presos têm se multiplicado.

No entanto, o presidente classificou de “denúncia absurda” a comparação feita pela AI entre a base de Guantánamo e os gulag soviéticos.

Mais de 500 pessoas, consideradas por Washington “combatentes inimigos”, são mantidas sem acesso a advogado na base.

“Os Estados Unidos são um país que promove a liberdade no mundo todo”, declarou o presidente Bush, assegurando ainda que o relatório se baseia nas afirmações dos presos, “pessoas que odeiam os EUA, gente que em alguns casos está treinada para não dizer a verdade”.

“Quando se apresentam denúncias de maus-tratos”, continuou Bush, os Estados Unidos as “investigam de maneira exaustiva e transparente”.

Depois de Guantánamo servir de palco a um escândalo motivado por denúncias de que alguns americanos teriam atirado um Corão pela privada, as Forças Armadas dos EUA admitiram que haviam detectado vários casos de utilização indevida do livro santo islâmico.

Bush fez referência também à situação no Iraque, e assegurou que o governo de transição no país árabe é “plenamente capaz” de fazer frente a rebeldes, que aumentaram drasticamente seus ataques no último mês.

Pelo menos 750 pessoas perderam a vida em atos de violência desde que o governo de Ibrahim al-Jaafari foi ratificado pelo Parlamento em 28 de abril.

Apesar disso, o presidente assegurou que o povo iraquiano deu um duro golpe aos rebeldes durante as eleições. “Em outras palavras, o que os insurgentes temem é a democracia, porque a democracia é o oposto a sua mentalidade”, afirmou.

O presidente mencionou ainda os processos de negociação sobre os programas nucleares no Irã e na Coréia do Norte, e defendeu como “uma decisão razoável” a iniciativa do governo americano de permitir que Teerã solicite sua entrada na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Tanto no caso iraniano como no norte-coreano, o presidente defendeu a decisão de optar pela via diplomática, e expressou seu convencimento de que as negociações “acabarão tendo sucesso”.

Bush destacou sua preocupação com o julgamento do ex-magnata do petróleo russo Mikhail Khodorkovski, condenado nesta terça-feira a nove anos de prisão por fraude e sonegação de impostos.

“Ele parece ter sido declarado culpado antes de ser submetido a um julgamento justo”, opinou o presidente, que assegurou que os Estados Unidos observarão de perto o desenvolvimento da situação. A preocupação americana já foi transmitida ao presidente russo, Vladimir Putin.

No âmbito interno, Bush destacou a “força” da economia, que criou 3,5 milhões de empregos em dois anos, e pediu a colaboração de todos para torná-la ainda mais sólida.

O presidente também pediu ao Congresso que ratifique o Tratado de Livre Comércio com a América Central e a República Dominicana, assim como a nova lei de energia, porque, segundo ele, atualmente os EUA são “muito dependentes do petróleo estran