Duda Mendonça cita aliado de Temer em delação à PF

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Publicado terça-feira, 13 de junho de 2017 as 15:12, por: CdB

Segundo delação de Duda Medonça, o dinheiro veio da Odebrecht e foi entregue em diversos hotéis de São Paulo, segundo relatório da Polícia Federal (PF).

 

 
Por Redação – de Brasília

Líder do PMDB na Câmara e um dos principais aliados do presidente de facto, Michel Temer, o deputado Baleia Rossi (SP) foi citado, nesta terça-feira, em delação premiada do marqueteiro Duda Mendonça.

O deputado Baleia Rossi (PMDB-SP) foi citado em delação do publicitário Duda Medonça à PF
O deputado Baleia Rossi (PMDB-SP) foi citado em delação do publicitário Duda Mendonça à PF

Segundo o publicitário, a empresa Ilha Produção, de propriedade da família de Rossi — presidente do PMDB paulista — é citada por Mendonça como endereço de “recursos não contabilizados” de R$ 4 milhões na campanha eleitoral do industrial Paulo Skaf (PMDB). Trata-se do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e candidato ao governo de São Paulo, em 2014.

Segundo Duda Medonça, o dinheiro veio da Odebrecht e foi entregue em diversos hotéis de São Paulo, segundo relatório da Polícia Federal (PF) vazado para a mídia conservadora, nesta manhã.

Delação à PF

Segundo Mendonça teria afirmado aos delegados federais, Skaf disse-lhe que houve “uma pressão do PMDB, mais particularmente do deputado Baleia”, para a contratação da Ilha Produção, pertencente a um irmão do líder do PMDB.

Baleia, citado nominalmente por Duda na delação, porém, pode não ser investigado porque a Procuradoria-Geral da República, que investiga Temer no âmbito da delação da JBS, é contrária ao acordo de delação premiada em negociação com a PF.

A Procuradoria pediu formalmente a Fachin que desautorize a colaboração, sob o argumento de que cabe apenas ao Ministério Público negociar e celebrar delações premiadas.

Doações

Fachin agora deverá decidir se concorda com os argumentos ou se entende que a polícia também tem direito de promover negociações desse tipo.

Em nota, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, disse que “todas as doações recebidas pela campanha” estão “devidamente registradas na Justiça Eleitoral, que aprovou sua prestação de contas sem fazer qualquer reparo”.

A PGR informou que não iria se manifestar sobre o assunto porque o caso tramita sob segredo de Justiça.