Sobre o fato de ex-aliados que passaram a apoiar o golpe de Estado, liderado por Temer, como é o caso dele, Kassab disse que é preciso “compreender as circunstâncias das questões”
Por Redação – de São Paulo
Para o ministro provisório da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, o Brasil já vive um regime semiparlamentarista e aposta que o impeachment da presidenta Dilma Rousseff será aprovado “pelo conjunto das circunstâncias”. Kassab, citado em investigações da Polícia Federal em operações em curso, aponta crime na administração anterior e presume que este fato, aliado à insatisfação dos parlamentares, resultará na cassação do mandato de Dilma.
— Para aqueles que defendem o parlamentarismo, esse impeachment vai mostrar que nós estamos vivendo num semiparlamentarismo. O governo que não tiver um terço da Câmara dos Deputados passará por um processo de impeachment. É o que aconteceu — declarou o ex-ministro de Dilma.
Sobre o fato de ex-aliados que passaram a apoiar o golpe de Estado, liderado por Temer, como é o caso dele, Kassab disse que é preciso “compreender as circunstâncias das questões” e destaca que o PSD posicionou a favor da liberação dos parlamentares para se votar como quisesse no Congresso, em relação ao impeachment.
— Essa decisão foi muito respeitada, seja internamente no governo, seja pela sociedade brasileira. O partido, também por ampla maioria, decidiu participar do governo. E eu acho correto que tenha tido essa postura — afirmou, em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, no SBT.
Presidenciáveis de Kassab
Em relação à eleição presidencial de 2018, Kassab afirma que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, “tem todas as credenciais para ser um candidato”. Ele também citou os tucanos José Serra, ministro das Relações Exteriores, Aécio Neves, senador e presidente do PSDB e Geraldo Alckmin, governador de São Paulo. Elencou ainda o ex-presidente Lula (PT), a ex-senadora Marina Silva (Rede) e o ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes (PDT).
Em entrevista ao SBT, Kassab afirma que o governo Temer não usará o BNDES para socorrer a Oi, empresa de telefonia que pediu recuperação judicial. “Nós não vamos investir recursos públicos para ajudar uma empresa que pode quebrar”, declara.
Kassab avalia que a gravidade da crise levará o Congresso a aprovar as propostas do governo Temer de reforma da Previdência e de criação de um teto para limitar o crescimento dos gastos públicos. Ele entende que os projetos serão aprovados como deseja a equipe econômica: “Não há país que saia de uma crise econômica sem adotar medidas duras num primeiro momento”.
A seguir, a íntegra em vídeo e texto da entrevista, concedida na tarde de segunda-feira em São Paulo:
Assista, a seguir, à íntegra da entrevista: