Explosão na cidade de Quetta aparentemente tinha por alvo um grupo de advogados, reunidos no local para homenagear colega morto pouco antes, em outro atentado
Por Redação, com agências internacionais – de Quetta/Cabul/Bruxelas:
Pelo menos 63 pessoas morreram e 58 ficaram feridas nesta segunda-feira num ataque suicida com bombas num hospital público de Quetta, no oeste do Paquistão, segundo a polícia local.
A explosão aconteceu na entrada do setor de emergência do Hospital Civil de Quetta, para onde havia sido levado o corpo do presidente da associação de advogados da província do Baluchistão, Bilal Anwar Kasi, morto a tiros pouco antes, num atentado, quando se dirigia de casa para o escritório.
Além da explosão, ocorreu um tiroteio no local, onde cerca de cem advogados estavam reunidos após o atentado a Kasi, segundo a polícia.
O chefe do governo do Baluchistão, Sanaullah Zehri, declarou ao canal de televisão Geo que se trata de um ataque suicida “planejado”, com o objetivo de atingir os advogados que estariam no hospital.
No Afeganistão, é comum as pessoas se reunirem no hospital para prestar homenagens a figuras públicas recém-mortas. Kasi era um advogado muito conhecido na província e lutava pela melhora das condições de trabalho dos colegas.
Segundo o jornal The Express Tribune, entre as vítimas estão vários advogados e também jornalistas que cobriam o assassinato de Kasi.
O primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, condenou as mortes, afirmando que “não permitirá que ninguém perturbe a paz”.
Nos últimos meses, vários advogados foram atacados na província do Baluchistão, região onde grupos armados separatistas realizam ataques a forças de segurança e outras instituições do Estado, além de grupos talibãs e outros extremistas.
Há menos de uma semana, o advogado Jahanzeb Alvi foi assassinado por homens não identificados. Em junho, o diretor da Universidade de Direito, Amanullah Achakzai, também foi baleado.
Militantes do Estado Islâmico
Militantes ligados ao Estado Islâmico divulgaram fotos que aparentemente mostram armas e equipamentos que pertenciam a soldados norte-americanos e teriam sido capturadas pelo grupo no leste do Afeganistão.
As fotos, que vieram a público no sábado, mostram lançadores de foguetes portáteis dos EUA, além de rádios, granadas e outros equipamentos usados pelas tropas norte-americanas no Afeganistão.
Havia também fotos em “close” da identificação de um soldado do país, Ryan Larson.
O comando militar norte-americano em Cabul negou que o soldado tenha sido capturado, dizendo que “ele está localizado e permanece servindo dentro da unidade”.
Ataque com facão na Bélgica
O Estado Islâmico assumiu no domingo a responsabilidade por um ataque ocorrido na Bélgica, quando um homem com um facão deixou duas policiais seriamente feridas, informou pelo Twitter a agência de notícias do grupo, a Amaq.
Pouco antes do anúncio, promotores belgas identificaram o agressor como o argelino K.B., de 33 anos, que vive na Bélgica desde 2012. A promotoria também afirmou que poderia haver inspiração terrorista nos atos do homem.
O agressor, que gritou “Allahu Akbar” (Deus é o maior) durante o ataque no sábado, foi atingido por tiros da polícia e morreu. Ele estava de mochila, mas não havia explosivos ou armas de fogo.
– Há indicativos de que o ataque pode ter sido inspirado por uma motivação terrorista – disseram os promotores em comunicado. “Ele é conhecido da polícia por atos criminais, não por terrorismo.”