Onda de assassinatos deixa Cancun em estado de choque

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado quarta-feira, 29 de dezembro de 2004 as 11:33, por: CdB

Uma onda de assassinatos está atingindo Cancún, um dos centros das atrações turísticas do México. Em menos de dois meses, 13 corpos foram encontrados. Promotores disseram que a vítima mais recente foi um morador local, cujo corpo, com pés e mãos amarrados, foi encontrado por um operário perto de uma movimentada estrada. Aparentemente ele morreu sufocado.

Uma autoridade da Justiça local disse que ainda não estava claro se havia ligações entre essa e as outras 12 vítimas encontradas nas últimas semanas. Cinco delas estavam amarradas e levaram tiros na cabeça, quatro foram encontradas dentro de um carro incendiado, e três foram amarradas e sufocadas. A polícia acredita que os assassinatos estejam ligados ao tráfico de drogas.

A nova vítima foi identificada como Fernando Grajales, 31, funcionário do aeroporto internacional de Cancún. Ele estava desaparecido desde 7 de dezembro, e o corpo foi achado no último domingo.

– Ele foi asfixiado com uma camisa, possivelmente a dele mesmo, e estava amarrado pelas mãos e pelos pés com corda plástica”, disse Angel Lopez, porta-voz da promotoria local.

– Isso não significa que haja ligação com os outros. As investigações iniciais indicam que pode ter sido crime passional – ressaltou.

Em um outro caso que chocou a região, a polícia de Playa del Carmen prendeu este mês um homem de 25 anos que estava cozinhando e comendo o corpo de um jovem que ele tinha matado.

Mais de 2 milhões de turistas viajam todo ano a Cancún, para aproveitar as praias e a vida noturna, mas poucos se aventuram aos bairros pobres da cidade, onde o crime e as disputas entre gangues de traficantes rivais são exacerbados pela corrupção policial.

O México é um importante ponto de ligação entre os produtores de drogas da América Latina e os consumidores da América do Norte. Pacotes de cocaína são jogados regularmente no mar perto de Cancún, por pequenos aviões, para serem recolhidos por traficantes em lanchas.