Japão religa usinas nucleares embora opinião pública seja contra

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Publicado quarta-feira, 11 de março de 2015 as 12:21, por: CdB
Maioria dos japoneses não quer energia nuclear, dizem pesquisas
Maioria dos japoneses não quer energia nuclear, dizem pesquisas

 

No último dia 1º de março, o primeiro-ministro Shinzo Abe foi à cidade de Futaba, na região de Fukushima, para uma visita guiada a um grande areal reservado para receber milhões de toneladas de solo contaminado com a radioatividade gerada pelo desastre de exatos quatro anos atrás.

Para observar a área de 16 quilômetros quadrados, o premiê japonês subiu ao topo do edifício que servia, anteriormente, como escritório da administração municipal. No horizonte, a leste, chaminés altas e guindastes se movimentando ao vento frio que sopra do Pacífico marcam o local da usina nuclear. Ali, operários dão prosseguimento aos seus esforços para descontaminar o cenário de um dos piores acidentes nucleares da história.

Após descer do topo do prédio, Abe expressou sua gratidão às autoridades e moradores locais por concordarem em receber o entulho radioativo na comunidade, praticamente abandonada após o terremoto e a conseguinte tsunami que destruiu três dos seis reatores na central nuclear de Fukushima.

– Nós procederemos cautelosamente, respeitando os sentimentos das pessoas sobre as suas cidades de origem – afirmou.

Chegar a um acordo sobre o despejo de material contaminado em Futaba foi uma importante conquista para o governo japonês, enquanto toma medidas para lidar com problemas não solucionados na central de Fukushima e leva à frente o plano de reativar alguns dos cerca de 50 reatores desligados desde março de 2011.

O governo anunciou que pretende reativar diversos reatores nucleares até junho, após a conclusão daquilo que os reguladores do setor, órgãos públicos e ministérios responsáveis pelo monitoramento industrial insistem ter sido uma reavaliação profunda e minuciosa de suas operações.

Pressionado pela oposição à energia nuclear, o processo tomou muito mais tempo do que o previsto pelas autoridades, mas há um sentimento de que o governo está cada vez mais impulsionando a reativação dos reatores. Continuar a importar petróleo, carvão e gás natural para manter a economia funcionando é caro e aumenta as emissões de dióxido de carbono no país.