Uma iluminação artística para as igrejas do Estado. A governadora Rosinha Garotinho iniciou este projeto em 2003, valorizando a arquitetura de igrejas históricas. Este ano, três igrejas receberam a iluminação: a Igreja Matriz de São Fidélis de Sigmaringa, na Região Norte Fluminense, a Nossa Senhora da Piedade, em Rio Claro, na Região do Médio Paraíba, e a de São José do Vale do Rio Preto, na Região Serrana.
A iniciativa faz parte do projeto de eficiência energética desenvolvido pelo governo do Estado em parceria com a empresa El Paso, que destinou R$ 20 milhões para as obras. Os recursos fazem parte da contrapartida da empresa em relação aos incentivos fiscais concedidos pelo Estado para a implantação da usina termelétrica de Macaé, na Região Norte Fluminense.
Dentro do projeto, além das igrejas, também receberam iluminação artística o Palácio Pedro Ernesto, o Palácio de Cristal, em Petrópolis, na Região Serrana, e o Forte São Matheus, em Cabo Frio, na Região dos Lagos. O Theatro Municipal do Rio será o próximo contemplado e deverá receber a iluminação nova em dezembro.
Com a iluminação, igrejas como a Igreja Matriz de São Fidélis de Sigmaringa, que foi construída em 1799 por escravos e é uma réplica da Igreja de Jesus, em Roma, foi revitalizada. O projeto de iluminação cênica da Igreja Matriz, avaliado em R$ 850 mil, foi desenvolvido pela Secretaria de Energia, Indústria Naval e Petróleo. Todas as partes internas e externas da igreja foram iluminadas, incluindo o campanário, cruzes, cruzeiro, fachada e a torre.
A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Piedade, em Rio Claro, também é rica em história. Construída em pedra no final do século XVIII pelos escravos, tem no centro do altar a imagem de Nossa Senhora da Piedade, feita em peça única de madeira. Fora de Portugal, existem somente duas imagens originais desse tipo, datadas do século XVIII, uma em Minas Gerais e a outra em Rio Claro.
A igreja possui ainda em sua fachada duas torres e um relógio do período colonial que passaram a ser destacados através da nova iluminação. No interior da igreja, na ala lateral direita, encontra-se uma gruta com as imagens de Nossa Senhora de Fátima e de Bernardete, uma das testemunhas da aparição da santa.
No caso do Palácio Pedro Ernesto, histórico prédio construído em 1920, sede da Câmara dos Vereadores, o projeto, avaliado em R$ 850 mil, deu início ao processo de revitalização da Cinelândia, no Centro da cidade. A coordenação ficou a cargo da mesma firma responsável pela iluminação artística do Museu do Louvre e da Catedral de Notre Dame, em Paris. A antiga iluminação foi substituída por 138 microprojetores, de maior eficiência e menor consumo de energia.
Em 2003, seis igrejas, além do Palácio de Cristal de Petrópolis, foram agraciadas pelo projeto. A Catedral de São Pedro de Alcântara recebeu um projeto semelhante ao da Catedral de Notre Dame, em Paris. A um custo de R$ 1,2 milhão, a empresa El Paso instalou 300 novos refletores que destacaram a arquitetura gótica da cadetral, que abriga os restos mortais de D. Pedro II e de sua filha e genro, princesa Isabel e conde D´Eu. A Catedral de Petrópolis foi erguida por ordem de D. Pedro II, em 1884. No interior da nave, destaque para obras esculpidas em mármore de Carrara e para a Capela Imperial, cujo altar é trabalhado em bronze, mármore e ônix.
Outra importante obra arquitetônica que recebeu iluminação no ano passado foi a capela de Nossa Senhora dos Remédios, inaugurada em 1506, em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos. Localizada na Praia dos Anjos, onde foi criada a primeira feitoria do Brasil, a capela é uma das edificações pioneiras no país e a primeira igreja de pau-a-pique.