A Suprema Corte de Israel ordenou nesta quarta-feira que sejam feitas mudanças na rota da polêmica barreira na Cisjordânia, a fim de minimizar prejuízos aos palestinos que vivem na região.
A decisão do painel de três juízes foi anunciada antes da sessão da Corte Internacional de Justiça, esperada para 9 de julho. A pedido da Organização das Nações Unidas (ONU), ela examina a legalidade do conjunto de cercas e muros construído por Israel.
“Esta rota criou tantas dificuldades para a população local que o Estado precisa encontrar uma alternativa que pode dar menos segurança, mas atingirá menos a população local. Estas rotas alternativas existem”, disse a corte.
A decisão estabelece um precedente para as mais de 20 outras petições palestinas contra segmentos da barreira que já tem 190 quilômetros e será ampliada por mais centenas de outros.
Israel afirma que o objetivo da barreira é evitar a entrada de homens-bomba palestinos nas cidades israelenses.
Atentados suicidas já mataram centenas de israelenses desde 2000, quando se iniciou a atual revolta palestina. Os palestinos dizem que o objetivo da barreira é anexar territórios ocupados onde eles querem formar um Estado.
O caso relativo à decisão desta quarta-feira foi apresentado por palestinos que vivem em aldeias a noroeste de Jerusalém e por outros 30 residentes de uma cidade fronteiriça israelense.
Eles alegaram que a barreira impede o acesso a plantações de azeitonas e de frutas cítricas e a cidades maiores na Cisjordânia.
“Esta é uma decisão corajosa e muito importante. É claro que estabelece um precedente”, afirmou Mohammed Dahleh, advogado dos palestinos que apresentaram a petição, a repórteres na corte.
“Esta decisão é mais importante do que a de Haia porque será seguida. Ela diz o que dissemos desde o início, que a construção de um muro como está sendo erguido é ilegal e há outro meio de se construir para dar segurança a Israel sem violar os direitos palestinos.”