Com a aproximação da votação da proposta do salário mínimo de 260 reais no Senado, o PT confia que seus senadores serão favoráveis à proposta do governo, apesar da relutância de alguns.
“Temos que fazer o trabalho para assimilar os problemas dentro da bancada e para convencer e construir os 13 votos. E isso se fará em conjunto com os outros partidos da base até a data da votação”, disse nesta terça-feira a líder do partido no Senado, Ideli Salvatti (SC), após a reunião com os senadores petistas e o presidente da sigla, José Genoino.
O PT, com 13 senadores, teria quatro votos contrários. O senador Paulo Paim (RS) manteve sua resistência à proposta, já Cristóvam Buarque (DF) deve ceder após a inclusão de suas reivindicações de recuperação do poder de compra do mínimo num documento que será acrescentado ao Orçamento de 2005 e na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Ana Júlia Carepa (PA) e Serys Slhessarenko (MT) também já se posicionaram contra.
O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), confia que no plenário o PT terá todos os votos, menos o de Paim.
Segundo Genoino, o convencimento dentro do PT servirá de exemplo para unificar toda a base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Senado.
“A bancada no Senado dá uma demonstração política para o governo Lula e isso vai pesar nas negociações com a base aliada, nós vamos continuar conversando e ouvindo os companheiros que têm posição diferente”, disse Genoino.
Na reunião, a tropa de choque do governo enfatizou a importância política da votação para o presidente Lula. Não estavam presentes os senadores Delcidio Amaral (MS), Fátima Cleide (RO) e Serys.
Ideli sublinhou a disposição da bancada de votar o mínimo ainda essa semana, apesar de, nos bastidores, o governo trabalhar para a adiá-la para a semana que vem.
O corpo-a-corpo com os senadores aliados continua nesta tarde em reunião com representantes do Ministério da Fazenda, que incluirá ainda os senadores Romero Jucá (PMDB-RR), relator do Orçamento, Garibaldi Alves (PMDB-RN), relator da LDO.
O secretário-executivo da Fazenda, Bernard Appy, e de política econômica, Marcos Lisboa, enfatizarão os argumentos pelos quais o governo não deu um aumento maior, entre eles, o aumento do déficit da Previdência.