Cheney afirma que será candidato junto com Bush

O vice-presidente dos Estados Unidos, Richard Cheney, assegurou que será candidato à reeleição em novembro próximo acompanhando ao governante George W. Bush.
 
– O presidente me pediu que o acompanhe na candidatura para outro mandato de quatro anos – afirmou, que ofereceu uma série de entrevistas a várias cadeias de televisão por cabo.

Cheney sofreu quatro ataques cardíacos e foi submetido a uma múltipla ponte coronária, mas assegurou à cadeia CNN que se encontra ‘muito bem’. Nas últimas semanas, diversas enquetes puseram em destaque a crescente impopularidade do vice-presidente, inclusive entre os simpatizantes do Partido Republicano no poder.

Por isso, vários analistas políticos tinham sugerido a possibilidade que Cheney não fosse candidato este ano, devido a que é um dos alvos mais fáceis dos ataques da oposição democrata. Um dos principais motivos é que Cheney foi, até seu retorno à política, o presidente de Halliburton, a maior companhia do mundo de serviços petroleiros, e que alcançou vários contratos do Governo dos Estados Unidos para realizar diversas tarefas no Iraque.

Nos últimos meses, vários departamentos do Governo iniciaram investigações sobre supostas irregularidades de Halliburton na hora de cobrar quantidades excessivas por seus serviços. Cheney lembrou que Halliburton ainda lhe deve dinheiro devido a que sua saída do cargo previa pagamentos escalonados.

Além disso, os democratas acusaram Cheney do caráter secreto de suas reuniões com executivos da indústria do petróleo e do carvão na hora de elaborar o projeto de lei de energia de 2001, um assunto que está pendente de uma demanda ao Tribunal Supremo para que faça pública sua agenda de reuniões.

Cheney não pôde manter-se à margem da controvérsia sobre o casamento homossexual. Uma das filhas do vice-presidente, Mary, é abertamente homossexual e trabalhou na campanha Bush-Cheney 2000. Em uma entrevista com MSNBC, o vice-presidente insistiu que a vida de suas filhas é privada ‘e deveria continuar assim’.

Ao ser perguntado se apóia a proposta de Bush de aprovar uma emenda constitucional que proíba o casamento homossexual, Cheney, que no ano 2000 tinha declarado que não via nenhuma razão para que o Governo federal embarcasse nesse tipo de medida, recalcou a CNN, ‘apoio ao presidente’.