O traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, acompanhou nesta quinta-feira, no Fórum do Rio de Janeiro, o depoimento de seis testemunhas de acusação no processo em que é acusado de ordenar, por telefone, a execução de três comparsas.
No entanto, a principal testemunha, Adaílton Cardoso de Lima, sobrevivente à chacina em questão, não compareceu, e os demais depoentes pouco acrescentaram ao processo.
A sessão foi presidida pelo juiz Paulo César Vieira de Carvalho Filho, da 4ª Vara Criminal de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, onde deveria ser realizada a audiência. Mas por medida de segurança, os interrogatórios foram transferidos para o IV Tribunal do Júri, no Centro do Rio.
Beira-Mar foi conduzido ao local sob forte esquema de segurança, em uma operação que envolveu dezenas de policiais.
O traficante mais perigoso do Brasil, que cumpre pena em Bangu I, onde recentemente comandou uma sangrenta rebelião que resultou na morte de quatro comparsas no crime, é acusado de comandar o assassinato de Antônio Alexandre Vieira, vulgo Playboy, e de Ednei Thomaz dos Santos, ocorrido na Favela Vila Beira-Mar, em Caxias.
O primeiro a depor foi policial Gilberto dos Santos Mendes, que disse que participava de uma operação na área e ouviu tiros, mas só chegou ao local do homicídio depois, porque as luzes haviam sido apagadas.
Mendes afirmou que “os moradores têm medo de Fernandinho Beira-Mar”.
As outras testemunhas foram: Gilberto dos Santos Mendes, Luiz Carlos Vaz Maciel, Maria de Lurdes Ribeiro Vieira, Francisco Melo da Silva e Delma Thomaz Santos.
Após os depoimentos, Beira-Mar foi levado imediatamente de volta ao Presídio de Segurança Máxima Bangu I. Se condenado, o traficante pode pegar de 12 a 30 anos de prisão.
Durante interrogatório ocorrido em setembro passado, Beira-Mar negou que houvesse praticado os homicídios e que tivesse ligação com o tráfico de drogas, dizendo-se um empresário.
As ordens que Beira-Mar deu por telefone para a execução foram gravadas. Na fita divulgada à imprensa, o traficante avisa que “está preso, mas não está morto”. Na seqüência, são ouvidos os tiros.