200 representantes de metalúrgicos protestarão contra reforma em Brasília

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Publicado segunda-feira, 4 de agosto de 2003 as 15:02, por: CdB

Duzentos dirigentes sindicais que representam os metalúrgicos estão em Brasília para dar início à campanha salarial da categoria e para participar das manifestações contra a votação da reforma da Previdência, prevista para quarta-feira.

De acordo com o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos, Fernando Lopes, os sindicalistas reivindicam redução da jornada de trabalho para 36 horas sem perda salarial, aposentadoria especial aos 25 anos de serviço e aumento do limite máximo das aposentadorias para R$ 4.800.

— Nós acreditamos que o piso de R$ 2.400 é muito baixo e reivindicamos o teto de R$ 4.800 para todos os trabalhadores do sistema único de previdência — justifica Lopes.

Segundo Lopes, a pauta do movimento passa por quatro pontos: salário, terra e direitos sociais.

— A idéia é estabelecermos um processo de negociação novo, no Brasil, sem a rigidez da data-base. Uma negociação articulada com governo e patrões visando a objetivos concretos — afirmou.

A campanha começa agora e só termina em maio do próximo ano. Atos de reivindicação estão previstos para São Paulo e Minas Gerais, nos dias 14 e 15 deste mês. Em 22 de outubro, cerca de dois mil metalúrgicos retornam a Brasília para fazer um balanço do movimento.

— Queremos unificar a campanha salarial no Brasil e mudar o processo de negociação. No lugar da data-base, queremos usar um contrato nacional coletivo articulado a um novo sistema de relações do trabalho — acrescenta Lopes.

Os representantes sindicais esperam ser recebidos pelo ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, para entregar a pauta de reivindicações. Nesta terça, a coordenação do movimento tem audiência com dirigentes da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Na quarta, o movimento vai participar da marcha contra a reforma da Previdência organizada pela CUT.

A campanha organizada pelos metalúrgicos conta com a participação de 900 mil trabalhadores, organizados em 97 sindicatos e 6 federações. Intitulada “Jornada de lutas 2003/2004: trabalho, salário, terra, direitos sociais”, a campanha reivindica também reajuste de 19,64% para repor as perdas da inflação e aumento salarial real de acordo com o ganho de produtividade do setor.