O delegado Renato Nunes, da Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Saúde Pública, decidiu indiciar nesta quinta-feira sob acusação de adulteração voluntária de medicamento o diretor-presidente do laboratório Enila, Márcio D´Icarahi, a farmacêutica-responsável, Márcia Almeida Fernandes, o gerente de produção, Wagner Teixeira, e o químico Antônio Carlos Fonseca.
O laboratório produzia o remédio Celobar, suspeito de ter provocado mortes em pelo menos cinco Estados.
– Está descartada a vertente de contaminação acidental – afirmou o delegado.
De acordo com o delegado, está prevista pena que varia de 20 a 30 anos de prisão para o crime de “adulteração voluntária de medicamento com resultado de morte”.
O advogado do laboratório Enila, Paulo Henrique Lins, disse nesta quinta que só vai se pronunciar sobre o caso após ler o relatório do delegado, que será encaminhado ao Ministério Público do Estado.
Segundo Nunes, ao contrário do que afirmara D’Icarahi em depoimento à polícia, a adulteração do princípio ativo do Celobar (sulfato de bário) foi feita com consentimento da empresa.
A polícia sustenta que o Enila tentou transformar clandestinamente carbonato de bário, substância letal usada na fabricação de veneno para ratos, em sulfato, para obter um medicamento mais barato.