O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Guido Mantega, voltou a criticar nesta terça-feira os bancos por cobrarem altas taxas de juros de seus clientes.
Mantega reafirmou que a tão desejada queda dos juros na economia não depende apenas de uma decisão do governo de reduzir a taxa básica, atualmente em 26,5 por cento ao ano, seu maior patamar em quatro anos.
– Sem dúvida, hoje os juros são proibitivos para a economia brasileira. Não só por causa da Selic, mas também por causa dos spreads que os bancos cobram – disse Mantega, ao participar de uma videoconferência promovida pelo Senado sobre o plano plurianual de investimentos do governo.
O ministro fez os comentários sobre os juros em resposta a uma questão levantada pelo deputado Gilberto Nascimento (PSB-SP) na videoconferência, que está sendo transmitida para assembléias legislativas dos Estados e acompanhada por parlamentares em Brasília.
Nesta segunda-feira, o vice-presidente José Alencar reacendeu o debate sobre a política de juros do Banco Central ao defender que decisões sobre o assunto sejam políticas e não técnicas, porque as deliberações econômicas “têm dado errado”.
Mantega, que na semana passada cobrou dos bancos uma redução nas taxas e nos spreads em reunião com a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), disse que os juros cobrados por alguns bancos são “um assalto à mão armada”.
O ministro afirmou que o governo quer estimular a concorrência no setor financeiro, mobilizando os bancos públicos a ampliar o crédito e adotando medidas para estimular a criação de cooperativas de crédito. Ele não deu detalhes.
O ministro disse ainda que, quando os juros caírem, os bancos terão que concentrar mais esforços nas operações de empréstimos em vez de aplicar em títulos públicos.
– Daqui a pouco as taxas de juros vão começar a cair e vai ficar todo mundo aliviado dessa polêmica que se coloca – disse ele.