A principal companhia de flamenco espanhol, o Ballet Nacional de España, chega a seus 25 anos e celebra suas bodas de prata com a apresentação de Fuenteovejuna, de Antonio Gades, que faz récitas na próxima sexta-feira e sábado, 22h , no Credicard Hall.
Em 1476 um homem poderoso estuprou a jovem Laurência que se casara naquela data. O povo se revoltou e matou o estuprador. Interrogados pelo rei sobre cometera o crime a resposta foi: Fuenteovejuna.
A partir da “revolta dos camponeses”, como ficou conhecido o fato ocorrido no século 15, o dramaturgo espanhol Lope de Veja escreveu em 1610 a peça Fuenteovejuna, que leva no título o nome do povoado onde ocorreu o conflito.
Da peça e de intensa pesquisa de Antonio Gades – que, durante uma década, viajou pelos campos e montanhas espanhóis pesquisando as danças originárias nesses locais – surgiu o balé Fuenteovejuna que estreou em 1994 e é retomado, agora, pelo Ballet Nacional da España.
– Gades consegue com a única linguagem da dança narrar uma história que é entendida por todos, faz da dança o que ela sempre deveria ser – uma linguagem universal. A alegria, a vitalidade e a dor do povo de Fuenteovejuna estão patentes em sua obra. Fuenteovejuna tem, além disso, um valor especial: com ela, Gades introduz uma variedade riquíssima de danças folclóricas da nossa cultura com um trabalho coreográfico que as engrandece sem perder nada em autenticidade -, afirma Elvira Andréas, diretora do Ballet.