O magnata das bananas Alvaro Noboa superou, chegou nas primeiras horas desta segunda-feira, ao segundo turno da Presidência do Equador, e deverá enfrentar o nacionalista Rafael Correa. O fato deverá acirrar ainda mais a divisão política do país e da região, mostraram dados oficiais. Com 61,3% das 36.613 urnas contabilizadas, o Tribunal Eleitoral apontou 26,7% dos votos válidos para Noboa, um dos homens mais ricos da América Latina.
Correa, que encabeçava as pesquisas de intenção de voto com vários pontos de vantagem, tem 22,4% dos votos. O Equador viveu a queda de três presidentes desde 1996. Noboa, que fará 56 anos em novembro e se apresenta como um enviado de Deus para liderar o país, assegurou que não utilizará o Estado para beneficiar seu império e pediu para que somem esforços para lutar contra o representante de um “comunismo” ao estilo de Cuba.
– Estão definidas duas posturas: a de Correa, comunista, ditatorial, a de Cuba, um país com uma ditadura de mais de 40 anos, e a minha proposta de ser como a Espanha, Chile, Estados Unidos, Itália, países onde há liberdade, democracia e prosperidade – afirmou Noboa.
Correa, 43 anos e amigo do presidente venezuelano Hugo Chávez, promete liderar uma revolução política e constitucional.
O segundo turno será no dia 26 de novembro.
– A pátria está em jogo – declarou Correa a jornalistas. Ele é contra um tratado de livre comércio com os EUA e é defensor de um maior intervencionismo estatal no estratégico setor de petróleo.
‘Onda Rosa’
O jornal britânico The Independent disse, na sua edição desta segunda-feira, que a América Latina vive uma “onda rosa”, com o empate técnico nas eleições equatorianas entre o empresário conservador Gustavo Noboa e o esquerdista Rafael Correa. A tendência a uma forte, porém balanceada polarização no subcontinente, segundo o jornal, ficou clara também na derrota apertada sofrida pelo candidato esquerdista Manuel López Obrador no México, e pela vitória de Allan Garcia sobre Ollanta Humala no Peru.
O também britânico The Guardian sublinha que a figura de Hugo Chávez esteve onipresente nas eleições equatorianas, já que Correa se auto-intitula um seguidor do presidente venezuelano.
“No entanto, recordando que seu apoio a candidatos no Peru e no México foi um tiro pela culatra, (dessa vez Chávez) não apoiou Correa abertamente”, relatou o Guardian.