A Volkswagen do Brasil recebeu, nesta quarta-feira, a decisão da assembléia realizada na noite desta terça na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Os funcionários da montadora decidiram não aceitar o ultimato da indústria. A decisão veio em resposta à ameaça da empresa de fechar a sua planta mais antiga no país, a de São Bernardo dos Campos, se os trabalhadores não aceitassem, até esta sexta-feira, o plano de demissões que incluía 3,6 mil funcionários e a redução de direitos trabalhistas daqueles que permanecessem na fábrica.
O sindicato planeja negociações com a Volks até esta sexta-feira, mas não aceita as condições colocadas pela empresa.
– Se o trabalhador tiver que cair, que caia de pé. Não vamos aceitar a perda de direitos – afirma o presidente do sindicato, José Lopez Feijóo. No sábado, haverá uma plenária para a apresentação dos resultados dessas negociações. A Volks afirma que, se o acordo não for aceito pelos trabalhadores, até 6 mil empregados podem ser demitidos. A montadora de São Bernardo, inaugurada há 47 anos, emprega 12 mil pessoas hoje.
Na próxima terça-feira, está prevista uma outra assembléia do sindicato na fábrica da Volks, que se posicionará de acordo com a aceitação ou não das negociações e propostas colocadas pelos trabalhadores por parte da empresa. Caso a Volks não as aceite, um novo calendário será estabelecido para as ações do sindicato. O embate entre os trabalhadores e a empresa vem acontecendo desde maio, quando a Volks anunciou corte de 6 mil trabalhadores até 2008 das fábricas de São Bernardo, São José dos Pinhais e Taubaté, como parte do seu plano de reestruturação.