Anistia Internacional denuncia escalada de violência na Cisjordânia

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Publicado quinta-feira, 29 de agosto de 2024 as 11:38, por: CdB

A ONG registrou anteriormente como as forças israelenses desencadearam onda brutal de violência contra os palestinos na Cisjordânia ocupada.

Por Redação, com Lusa – Londres

A organização não governamental (ONG) Anistia Internacional (AI) denunciou nesta quinta-feira uma escalada de violência e de assassinatos ilegais que os palestinos enfrentam devido a uma grande operação militar de Israel na Cisjordânia.

Operação militar de Israel aumenta assassinatos ilegais

– O lançamento da operação militar coordenada por Israel contra cidades e vilas em toda a Cisjordânia ocupada segue-se a uma escalada de assassinatos ilegais cometidos pelas forças israelenses nos últimos meses e coloca mais palestinos em risco – declarou Erika Guevara Rosas, diretora da AI para as Américas.

Segundo ela, desde outubro do ano passado, tem havido um aumento terrível da força letal por parte das forças israelenses e ataques violentos de colonos apoiados pelo Estado na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, onde os israelenses e os colonos judeus mataram pelo menos 622 palestinos, incluindo 142 crianças.

Uma grande operação militar foi lançada na Cisjordânia ocupada, visando várias cidades e vilas palestinas, incluindo Jenin, Tulkarem, Nablus e Tubas, e foram enviados centenas de soldados para realizar ataques apoiados por aviões de combate, drones e bulldozers (espécie de trator).

“As operações militares conduzirão, sem dúvida, a uma escalada de violência mortal, resultando em mais perdas de vidas palestinas. É provável que essas operações resultem num aumento dos deslocamentos forçados, na destruição de infraestruturas críticas e em medidas de punição coletiva, que têm sido pilares fundamentais do sistema de apartheid de Israel contra os palestinos e da ocupação ilegal do território”.

Erika Guevara Rosas afirmou que, diante de alarmantes informações sobre as forças militares de Israel terem cercado e bloqueado o acesso a hospitais, a Anistia Internacional pede às autoridades israelenses que tomem medidas para salvaguardar as instalações e o pessoal de saúde.

– Além disso, devem garantir que as pessoas tenham acesso aos cuidados de saúde que necessitam. Como potência ocupante, Israel tem a obrigação clara de proteger os palestinos, as suas casas e as infraestruturas em todo o Território Ocupado – acrescentou.

Segundo a AI, a ONG registrou anteriormente como as forças israelenses desencadearam onda brutal de violência contra os palestinos na Cisjordânia ocupada, após os ataques de 7 de outubro feito pelo grupo islâmico Hamas e outros grupos armados no sul de Israel.

Forças israelenses

A investigação mostrou a forma como as forças israelenses praticaram execuções ilegais, utilizando principalmente força letal sem necessidade ou de forma desproporcional durante protestos e operações de detenção, além de negarem assistência médica aos feridos.

A Anistia Internacional documentou também o “chocante aumento” da violência dos colonos apoiada pelo Estado israelense contra os palestinos. Esses padrões, segundo a ONG, continuam inabaláveis, uma vez que as forças israelenses também intensificam o uso de detenções, incluindo prisões arbitrárias, para conter qualquer forma de dissidência palestina.

Na quarta-feira, as forças de Israel lançaram uma operação militar em várias áreas da Cisjordânia, incluindo Jenin, Tulkarem, Nablus e Tubas.

De acordo com fontes palestinas, o Exército de Israel matou na quarta-feira ao menos 11 palestinos e feriu mais de 20 em ataques terrestres e aéreos em três pontos do norte do território.

As operações do Exército israelense e os ataques dos colonos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental já provocaram a morte de cerca de 660 palestinos, incluindo ao menos 147 menores, desde o início da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza em outubro..

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Israel Katz, propôs a retirada temporária de população da Cisjordânia para “destruir infraestruturas terroristas”.

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