Brasil combate tráfico de seres humanos

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Publicado quarta-feira, 28 de junho de 2006 as 11:36, por: CdB

De acordo com o resultado da pesquisa realizada sobre o tráfico internacional de mulheres brasileiras, o governo instituiu, nesta quarta-feira, a Política Nacional de Enfrentamento de Prevenção ao Tráfico de Pessoas.

As brasileiras estão entre as principais vítimas do tráfico internacional para a exploração sexual, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Em sua maioria, são mulheres entre 18 e 30 anos que acreditam no sonho de uma vida melhor na Europa e se deixam levar por promessas milagrosas.

– Cerca de 90% dos casos são de mulheres brasileiras que estão indo para a indústria do sexo na Europa – disse o coordenador do Programa de Prevenção ao Crime e Redução da Oferta de Drogas, Reiner Pugs.

– O decreto efetivamente coloca o problema na agenda governamental e permite que o Ministério da Justiça e a Polícia Federal tomem ações concretas. Além disso, permite que se demande um orçamento adequado para medidas de combate e medidas preventivas que perpassam quase que todos os ministérios –  disse Pugs sobre a Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.

Para ele, além de ações preventivas, é preciso que as mulheres que recebam propostas “milagrosas” de emprego na Europa se previnam.

– É preciso alertar as pessoas para a existência do crime, alertar que é difícil que exista aquele sonho milagroso da “Cinderela”, alertar as populações dos perigos e para que elas possam procurar as autoridades dos países para onde estão indo. É preciso tentar mais informações do tipo: quem está convidando e porque está convidando, além de quais os locais que podem me receber se tiver algum problema, endereço de consulado, polícia  –  acrescentou.

As diretrizes do documento que cria a Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas serão discutidas, nesta quarta-feira, na Procuradoria Geral da República (PGR), em Brasília. O debate conta com a participação de parlamentares da Comissão Mista de Inquérito da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. O texto é coordenado pelo Ministério da Justiça, pela Secretaria Especial de Direitos Humanos e pela Secretaria Especial