O Grupo de Estudo Técnico da Fifa elegeu o atacante Ronaldo como melhor jogador em campo na vitória do Brasil por 4 x 1 sobre o Japão nesta quinta-feira. Autor de dois gols na vitória brasileira, o atleta igualou o recorde do alemão Gerd Mueller, autor de 14 gols em Mundiais. O primeiro gol do jogador contra o Japão foi o segundo dele de cabeça pela seleção. O segundo tento foi ainda mais perfeito, após tabelar com o zagueiro Juan e marcar seu 66º gol com a camisa da seleção.
– Estou muito melhor, mas tenho muito o que melhorar. Espero ter a mesma atuação nos próximos jogos e marcar mais gols. Tenho total conhecimento do meu corpo e das minhas possibilidades. Cheguei abaixo do meu nível físico e após ficar 45 dias sem treinar sabia que tinha que trabalhar muito para alcançar o nível de meus companheiros. Estou muito feliz. Agora vou descansar e pensar nas oitavas-de-final – disse Ronaldo a jornalistas.
O jogo, no entanto, foi tenso no primeiro tempo. Com cinco modificações em relação ao time titular que atuou contra a Croácia e a Austrália, a seleção brasileira apresentou um futebol mais solto, jogou bonito, com toques que destacaram o elenco pela velocidade e qualidade nas trocas de bola entre o meio-campo, finalizado por Ronaldinho Gaúcho, em sua nova posição, e o ataque com Ronaldo e Robinho. As alterações permitiram que o Brasil começasse a partida desta quinta-feira envolvendo os adversários, embora tenha desperdiçado cinco oportunidades de gol, até que o Japão, em três finalizações, abriu o marcador, aos 34min, com um chute de Tamada de dentro da área.
O Brasil, no entanto, insistiu e garantiu o empate já nos acréscimos do primeiro tempo, com Ronaldo, aos 46min. Na segunda etapa, o Brasil voltou ainda melhor e, com 15 minutos de jogo, já havia feito outros dois gols, com Juninho, aos 8min, e Gilberto, aos 14min. Ainda houve tempo para, aos 37min, Ronaldo marcar o quarto tento brasileiro. O resultado leva a seleção ao primeiro lugar do Grupo F e vai enfrentar Gana nas oitavas-de-final nesta terça-feira.
Despedida
Técnico da seleção japonesa, o brasileiro Zico confirmou, após a partida com o Brasil, a sua despedida da seleção japonesa. O ex-atacante do Flamengo destacou as desatenções e a falta de experiência de seus jogadores como duas das razões que impediram a seleção de conquistar resultados positivos na Alemanha. Contra os australianos, o Japão vencia o jogo até os 39 min do segundo tempo.
Zico encerra um processo de quatro anos à frente da seleção. Ele agradeceu a confiança recebida por parte dos japoneses em seu início de carreira no banco de reservas e ressaltou que muitas coisas devem melhorar.
– Meu compromisso com o Japão termina aqui. Foi uma caminhada difícil, pois chegamos aqui por nosso méritos. Ninguém começa no topo. O Japão tem dez anos de profissionalismo, e hoje enfrenta qualquer equipe de igual para igual. Tem suas deficiências, faltam muitas coisas ainda, mas segue por um bom caminho – disse em entrevista após a partida.
Zico disse que seu sucessor deverá trabalhar para “melhorar muitas coisas no futebol japonês”, mas lembrou que países como o Brasil necessitaram de muito tempo para chegar a títulos.
– Sonhamos, acreditamos e sabemos nossos limites. Mostramos algumas coisas, mas necessitamos progredir – afirmou.
O ex-jogador disse que deixa a Alemanha com “a consciência tranqüila”, em busca de uma oferta de trabalho na Europa.