Mensagens e documentos encontrados no celular e no computador de Mauro Cid indicaram as tratativas sobre reverter o resultado eleitoral de 2022, com a participação de militares e do uso das Forças Armadas.
Por Redação – de Brasília
Ex-ajudante de ordens do ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid prestará um outro depoimento à Polícia Federal (PF), no âmbito de seu acordo de colaboração firmado perante o Judiciário. Cid permaneceu preso por quatro meses em uma cela do Exército, no ano passado, até decidir confessar seus crimes perante a polícia.
O militar relatou aos investigadores o que viu e ouviu durante o período em que assessorou o então presidente e seu depoimento tornou-se decisivo na investigação que apura se Bolsonaro, militares e assessores à época tramaram ações golpistas com o objetivo de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Mensagens e documentos encontrados no celular e no computador de Mauro Cid indicaram as tratativas sobre reverter o resultado eleitoral de 2022, com a participação de militares e do uso das Forças Armadas.
Elementos
O militar entregou aos investigadores, conforme consta em documentos oficiais da PF, que Bolsonaro “queria pressionar as Forças Armadas para saber o que estavam achando da conjuntura” e que soube que o então comandante da Marinha, Almir Garnier, “anuiu com o golpe de Estado, colocando suas tropas à disposição do presidente”, durante uma reunião no Palácio da Alvorada.
Diante dos fatos apurados, tanto na delação de Cid quanto nas demais operações posteriores, a PF vê elementos contundentes para indiciar o ex-presidente e seu entorno por uma intentona contra o Estado democrático de direito.
Nesta segunda-feira, o militar prestará um novo depoimento aos investigadores e terá a oportunidade esclarecer, definitivamente, o que de fato aconteceu nos derradeiros dias de Bolsonaro no governo.