Em janeiro deste ano, antes mesmo de ser aprovada, a reforma previdenciária de Macron foi recebida com uma onda de manifestações por toda a França. Cerca de 850 manifestantes foram detidos em todo o país.
Por Redação, com Poder360 – Paris
Os franceses foram às ruas mais uma vez nesta quinta-feira contra a reforma da previdência do presidente Emannuel Macron. Os protestos começaram na segunda depois que os deputados da Assembleia Nacional da França rejeitaram duas moções contra a medida do governo francês.
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Segundo os jornais Le Monde e Le Figaro os manifestantes fecharam portos e estradas em diversas cidades do país. No aeroporto Charles de Gaulle, cerca de 70 pessoas bloquearam o acesso a um dos terminais, montando uma barreira e impedindo a saída de passageiros do local.
Em Paris, pontos turísticos como a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo e o Palácio de Versalhes amanheceram fechados para visitantes nesta quinta-feira. O Museu de Orsay, também na capital francesa, que costuma funcionar até às 21h45 (no horário local), encerrará as atividades às 18h.
Assista a vídeos dos protestos postados por usuários nas redes sociais:
#France 🇫🇷
Manifestation de la CGT à l'intérieur & à l'extérieur de l'aéroport de Roissy Charles de Gaulle.pic.twitter.com/ANoV0L1PHg
— Cartes du Monde (@CartesDuMonde) March 23, 2023
Em Nice, manifestantes também se reuniram para protestar contra a reforma. A prefeitura da cidade que haviam cerca de 5,2 mil pessoas no local, enquanto os sindicatos contabilizam 40 mil.
A reforma
Em janeiro deste ano, antes mesmo de ser aprovada, a reforma previdenciária de Macron foi recebida com uma onda de manifestações por toda a França. Cerca de 850 manifestantes foram detidos em todo o país.
No último dia 16, o chefe do Executivo francês usou o artigo 49.3 da Constituição para aprovar o texto. Os atos de terça-feira configuram o nono dia de manifestações desde que o texto foi ratificado.
A medida permite que o governo aprove o projeto sem uma votação prévia na Assembleia Nacional, similar à Câmara dos Deputados do Brasil.
O anúncio foi realizado pela primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, na sede do Legislativo pouco depois do início da segunda sessão da votação na Casa. O texto também havia sido aprovado no último dia 16 pelo Senado da França.
Aprovação da reforma
A aprovação da reforma fez com que a popularidade de Macron caísse ao menor nível desde o final de 2018 e o início de 2019, à época dos protestos dos coletes amarelos, segundo pesquisa do instituto Ifop encomendada pelo jornal francês Journal du Dimanche e divulgada no último sábado.
O levantamento mostrou que a aprovação de Macron ficou em 28%, queda de 9 pontos percentuais desde dezembro de 2022.
Para efetivar as novas regras de aposentadoria, o processo será gradual. A idade mínima legal deve ser de 63 anos e 3 meses em 2027 e chegará na meta de 64 em 2030. O período de contribuição também terá um aumento gradual de 3 meses. Dessa forma, o tempo de prestação passará de 42 anos para 43 anos até 2027.