45 mil armas entram ilegalmente na Colômbia ao ano

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Publicado segunda-feira, 8 de março de 2004 as 21:42, por: CdB

A Colômbia é o país mais afetado pelo tráfico de armas do continente. Por ano, entram ilegalmente ao país cerca de 45 mil fuzis, metralhadoras e pistolas destinadas à guerrilha, aos paramilitares e aos traficantes de drogas, informou a Organização dos Estados Americanos (OEA).

“Este é um problema extremamente sério na sociedade colombiana, é mais sério do que na maioria dos países deste hemisfério”, disse o secretário da OEA, César Gaviria.

Gaviria abriu a primeira conferência da Convenção Interamericana contra a Fabricação e Tráfico ilícitos de armas de fogo, munições, explosivos e outros materiais relacionados (CIFTA).

De acordo com especialistas, nos últimos dez anos o tráfico de armas na Colômbia mais do que dobrou como conseqüência do fortalecimento da guerrilha, da expansão dos paramilitares e do narcotráfico. Gaviria revelou que a maioria das armas que ingressam de forma ilegal na Colômbia é proveniente de países da América Central. Segundo fontes, também chegam armas ao país procedentes da Bulgária, Bélgica, Estados Unidos e Portugal.

Especialistas concordam que uma das razões para o tráfico de armas ser elevado é a existência de ligação entre os grupos ilegais do país e o narcotráfico e trocam drogas para conseguir as armas.

Nos últimos cinco anos, as autoridades colombianas confiscaram mais de 260 mil fuzis, mil metralhadoras, 56 mil pistolas e 2,5 milhões de projéteis.

No entanto, as forças militares da Colômbia comprovaram que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) conseguiram introduzir 10 mil fuzis AK-47 no país, procedentes da Jordânia. A OEA quer um compromisso dos governos da região para conter o tráfico de armas que, segundo especialistas, contribui na intensificação do conflito interno do país, que já dura quatro décadas.