13 pessoas são assassinadas no fim de semana em Minas Gerais

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Publicado segunda-feira, 3 de novembro de 2003 as 02:05, por: CdB

Pelo menos 13 pessoas foram assassinadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) das 20 horas da última sexta-feira às 18h do último domingo, um número bem menor que o registrado no mesmo período do último final de semana – 20. O crime mais bárbaro aconteceu no Bairro Lagoinha, Região Noroeste da capital, onde um vigilante do Santuário de São Miguel foi encontrado morto com 11 tiros no rosto.

A polícia não descarta a hipótese de vingança, já que, segundo os peritos, o primeiro tiro disparado foi fatal. Os outros dez ocorreram quando a vítima já estava caída no chão.
O corpo foi achado na manhã de domingo, no interior do templo, pelo padre e seu auxiliar, ao chegarem para a celebração da missa.
 
A vítima, Ricardo Vinícius da Silva, que na sexta-feira completou 27 anos, trabalhava para a igreja há seis meses – o santuário pertence à Igreja Antigo Católica, congregação também conhecida por Vétero Católica, que fica na Avenida Antônio Carlos com Rua Rio Novo. Ele não era fichado no emprego, e somente ontem os religiosos descobriram a sua verdadeira identidade – ele dizia se chamar Claudinei.

A polícia não encontrou sinais de arrombamento e, por isso, acredita que a vítima tenha facilitado a entrada do criminoso, ou criminosos. A carteira, com dinheiro e documentos, não foi roubada. O padre Marco Aurélio Magalhães, 26 anos, deu falta do telefone celular da vítima.

Ele conta que encontrou a porta principal apenas encostada. O padre informou que a contratação de funcionários é feita pelo bispo de sua igreja.
 
– O vigilante chegava todo dia à tarde. Ele gostava de freqüentar bares – disse o padre.
Um outro vigilante não foi trabalhar no último sábado, só comparecendo à igreja na manhã de domingo, depois que o corpo do colega já havia sido encontrado.

Um vizinho da igreja, que se identificou como Antônio Pedro, 50 anos, disse que há rumores de que dois homens teriam entrado na igreja e se escondido debaixo dos bancos, por volta de 22 horas de sábado. O vigia teria chamado a polícia e eles teriam sido presos.

Essa versão não consta no Boletim de Ocorrência do assassinato. Antônio Pedro disse, ainda, que o tráfico de drogas é intenso nas imediações da igreja, assim como os arrombamentos de carro em função da proximidade com o Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH). Vários imóveis abandonados, segundo ele, estão sendo usados por traficantes na região.

Os outros homicídios na capital foram registrados nos bairros Vila São José, (Região Noroeste); Taquaril (Leste); Pirapetinga (Venda Nova); Universitários (Pampulha); e Vila Cemig (Barreiro). Já em Betim, na RMBH, os assassinatos aconteceram nos bairros Citrolândia, Amazonas e Capelinha. Ribeirão das Neves registrou uma morte.