Tunísia: vídeo mostra autor do ataque caminhando calmamente na praia

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Publicado Segunda, 29 de Junho de 2015 às 08:04, por: CdB
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O governo da Tunísia disse no domingo que vai destacar mil policiais armados para as zonas turísticas
  Um vídeo feito por celular e compartilhado nas redes sociais mostra os passos do autor do ataque da última sexta-feira, na Tunísia, caminhando calmamente entre os corpos por pelo menos 11 minutos. A gravação do vídeo divulgado nesta segunda-feira nas redes sociais mostra o homem que matou 38 pessoas, caminhando da praia até sair do hotel, local do ataque. Disparos intermitentes podem ser ouvidos no vídeo de 11 minutos, feito por um tunisiano escondido atrás de uma parede, do homem que as autoridades locais identificaram como Seifeddine Rezgui, um estudante local de 23 anos. Na gravação, o tunisiano vai atrás do estudante, embora mantendo uma distância de segurança, e pergunta: "por que está matando as pessoas? Por quê?". Em seguida convida um grupo de pessoas a juntarem-se a ele e grita "polícia! Ei, polícia", mas não fica claro se as autoridades estão por perto ou não. A silhueta do autor dos disparos, vestido de preto e de calções, é vista caminhando calmamente na praia, enquanto o autor do vídeo suspira e diz "meu Deus", enquanto passa por mais corpos na praia. Depois de chegarem mais pessoas, eles começam a correr em direção ao autor do ataque gritando "peguem-no, peguem-no", e a gravação continua mostrando uma rua perto do hotel, ouvindo-se mais disparos. Foi neste momento, de acordo com os relatos, que as autoridades atingiram o estudante, mas esta cena não foi gravada. O governo da Tunísia disse no domingo que vai destacar mil policiais armados para as zonas turísticas, num reforço de segurança. O Conselho de Segurança Nacional reuniu-se para discutir as medidas a serem tomadas após o ataque, reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico. O Ministério do Turismo confirmou os planos para destacar, a partir de 1º de julho, mil policiais armados para reforçar a polícia de turismo do país, que também estará armada pela primeira vez. Policiais armados serão colocados “dentro e fora dos hotéis”, bem como nas praias e em locais turísticos e arqueológicos, informou o ministério em comunicado. Em um outra nota divulgada depois da reunião do Conselho de Segurança Nacional, o presidente Beji Caid Essebsi destacou a necessidade de “maior vigilância” e pediu ao governo para considerar “medidas excepcionais” para lidar com ameaças futuras. As autoridades já tinham anunciado planos para fechar 80 mesquitas acusadas de incitarem o extremismo. O ataque da última sexta-feira aconteceu no Hotel Riu Imperial Marhaba em Port El Kantaoui, perto de Sousse, a 140 quilômetros ao sul da capital de Túnis nes. Entre os 38 mortos estão 15 britânicos, uma portuguesa, além de cidadãos alemães, irlandeses e belgas. Trinta e nove pessoas ficaram feridas, das quais 25 britânicos, sete tunisianos e três belgas. Este ataque representa um novo golpe contra o setor vital do turismo na Tunísia, três meses depois do atentado contra o Museu do Bardo em Túnis, que teve 22 mortos, incluindo 21 turistas, também reivindicado pelo movimento Estado Islâmico. Tunísia prende suspeitos A Tunísia anunciou nesta segunda-feira as primeiras detenções no âmbito da investigação ao ataque da última sexta-feira, a um hotel em Port El Kantaoui, sem especificar o número de detidos ou o grupo a que estão afiliados. “Detivemos um primeiro grupo, com vários membros, que atuaram com o apoio da rede”, disse o ministro do Interior, Najem Gharsalli, em uma alusão ao autor do ataque, identificado pelas autoridades como Seifeddine Rezgui, um estudante de 23 anos. - Qualquer pessoa que tenha fornecido apoio logístico ou financeiro, para a execução do atentado, será detida - disse Gharsalli, acrescentando: "Eu prometo às vítimas que (…) os criminosos serão levados à justiça tunisiana e punidos”. O ministro do Interior deu entrevista no hotel onde o massacre ocorreu, juntamente com os ministros francês, alemão e britânico. Ele agradeceu a presença dos colegas nesse “período difícil” para a Tunísia. “Nós partilhamos e defendemos os mesmos valores” e “estamos analisando o que podemos fazer no futuro para cooperar na área da segurança”, acrescentou. Gharsalli lembrou ainda que seu governo decidiu manter policiais armados em praias e no interior de hotéis, bem como perto de todas as mesquitas que “disseminam discursos de ódio (…) para dividir os tunisianos”. O atentado de sexta-feira, reivindicado pela organização extremista Estado Islâmico, é o pior ataque jihadista na história da Tunísia.
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