Temer e seus ministros anunciam investimentos e assinam contratos na China

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Publicado Sexta, 02 de Setembro de 2016 às 11:15, por: CdB

Ainda nesta sexta-feira, Temer e Meirelles assinariam nove acordos comerciais com o governo chinês, em setores como agricultura, aviação e logística, incluindo um projeto de US$ 3 bilhões na área de siderurgia

 
Por Redação, com agências internacionais - de Xangai, China
  Em viagem à China, os novos ocupantes do poder na República brasileira, o presidente de facto, Michel Temer, e seu ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciaram investimentos e contratos com o governo do país que os hospeda sem, no entanto, entrar no mérito do golpe de Estado, em curso no Brasil. Meirelles chegou a dizer, nesta sexta-feira, que o Brasil poderá crescer 2,5% em 2018 e tem potencial de expandir ainda mais. — As previsões são de um crescimento de 1,6% em 2017 e de 2,5% em 2018. A tendência histórica do Brasil é ter taxas substancialmente maiores e vamos trabalhar para voltar a crescer ao redor de 4% em média — disse Meirelles em seminário empresarial em Xangai, onde acompanha o presidente Michel Temer.
temer-ministros.jpgTemer (C) e seus ministros cumprimentam o presidente Xi Jinping, da China
De acordo com a pesquisa Focus realizada pelo Banco Central, a expectativa dos economistas consultados é de uma expansão de 1,23% em 2017 e de 2% no ano seguinte. Ainda nesta sexta-feira, Temer e Meirelles assinariam nove acordos comerciais com o governo chinês, em setores como agricultura, aviação e logística, incluindo um projeto de US$ 3 bilhões na área de siderurgia, afirmou o senador tucano José Serra (SP), outro ministro de Temer, nas Relações Exteriores. O presidente de facto participa da reunião de cúpula do G20 na China, após a deposição da presidenta Dilma Rousseff, que teve o mandato cassado nesta semana em um processo de impeachment.

Vendendo tudo

Ainda nesta sexta-feira, aproveitando a presença do presidente de facto e seus ministros em solo chinês, a State Grid oficializou a compra da fatia de 23% da Camargo Corrêa na maior elétrica privada do Brasil, a CPFL Energia, em evento em Xangai. A CPFL informou que a venda ocorreu ao preço de R$ 25 por ação, o que deve representar cerca de R$ 6 bilhões, e envolveu também a participação de 51,6% da companhia na subsidiária CPFL Renováveis, avaliada no negócio em R$ 3,17 bilhões. O negócio ocorre em um momento em que a Camargo Corrêa enfrenta dificuldades financeiras após ser envolvida em denúncias de corrupção na Operação Lava Jato e que as empresas chinesas ampliam sua ofensiva no país. A transação ainda está sujeita à aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), disse a CPFL. Na véspera, fonte havia informado à agência inglesa de notícias Reuters que a State Grid deveria também assinar, no mesmo momento, os termos finais da compra da participação. Com a oficialização do negócio, os demais controladores da CPFL, que incluem o fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil, Previ, e a Bonaire, que representa diversos fundos, poderão exercer direito de preferência na compra da fatia da Camargo ou decidir pela venda conjunta de suas participações à empresa chinesa, pelo mesmo valor por ação. A CPFL disse que se for alcançado determinado número de ações nessa transação, a State Grid deverá promover uma oferta pública de aquisição das ações em circulação da companhia, que poderá ter o capital fechado. Contratos futuros Os contratos futuros de minério de ferro e de aço na China subiram nesta sexta-feira, quebrando uma sequência de seis dias de perdas após atingirem mínimas em um mês na sessão anterior, em meio a esperanças de uma maior demanda pelo metal e sua matéria-prima após a reunião do G-20, realizada em Xangai. O minério de ferro chegou a disparar quase 4% antes de devolver ganhos e fechar com alta de 1,3%, ainda o maior ganho diário em quase um mês, em meio a expectativas de que usinas fechadas para o encontro mundial na China retomem operação no final da próxima semana, impulsionando a demanda pela matéria-prima. Os preços ainda assim fecharam a semana em queda de 2,8%, na maior retração desde meados de julho, pressionada pelo fechamento de usinas de aço na cidade de Hangzhou para melhorar a qualidade do ar antes da reunião do G20. O contrato mais ativo do minério de ferro na bolsa de Dalian fechou a 419,5 iuanes (62,81 dólares) por tonelada. O minério de ferro para entrega imediata no porto de Tianjin subiu 1%, para 59 dólares por tonelada.

Menos investimentos

Na contramão do mercado, a mineradora Vale informou, nesta manhã, que os investimentos deverão cair para menos de US$ 4,5 bilhões em 2017, ante US$ 5,8 bilhões neste ano, segundo estimativa de uma apresentação que considerou uma taxa de câmbio de R$ 3,30 por dólar no segundo semestre deste ano. A Vale informou ainda que potenciais transações de desinvestimentos em 2016 e 2017 poderão envolver entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões de ativos considerados "core", ou principais, reiterando sua forte disciplina na alocação de capital diante de preços relativamente mais baixos do minério de ferro, seu principal produto.
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