Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Taxa de desemprego no Brasil sobe a 8,0% no trimestre até abril

A taxa de desemprego do Brasil subiu a 8,0% no trimestre encerrado em abril, com o mercado de trabalho marcado pela forte procura por emprego, corte de vagas e queda na renda, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.

Quarta, 03 de Junho de 2015 às 09:17, por: CdB

A taxa de desemprego do Brasil subiu a 8,0% no trimestre encerrado em abril, com o mercado de trabalho marcado pela forte procura por emprego, corte de vagas e queda na renda, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.

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A população ocupada registrou queda de 0,6% nos três meses até abril, para 92,179 milhões
O dado divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficou 0,1 ponto percentual acima da taxa registrada no primeiro trimestre, e é o maior patamar da série iniciada em 2012 para o trimestre encerrado em abril. No mesmo período de 2014 a taxa de desemprego havia ficado em 7,1%, e o resultado divulgado nesta quarta-feira também foi pior do que o registrado no trimestre encerrado em janeiro --que corresponde aos três meses imediatamente anteriores ao período anunciado--, de 6,8%. - A gente já inicia o segundo trimestre do ano (pior) e intensificando o movimento de aumento da desocupação e de queda da ocupação - resumiu o coordenador do IBGE Cimar Azeredo. "Muitas pessoas estavam estudando e se qualificando até o ano passado. Mas com o poder de compra em queda, mais jovens e mais idosos estão voltando ao mercado de trabalho para compor renda familiar." Segundo os dados da Pnad Contínua Mensal, no trimestre até abril o número de desocupados, que inclui aqueles que tomaram alguma providência para conseguir trabalho, teve alta de 18,7% ante os três meses encerrados em janeiro, atingindo 8,029 milhões de pessoas. - Não dá para dizer que o que se vê é apenas dispensa de temporários, tem mais pessoas procurando trabalho do que em períodos anteriores. Isso é reflexo do que aconteceu no PIB. Se você não produz, não gera trabalho e não há vagas - destacou Azeredo. No primeiro trimestre, a economia brasileira encolheu 0,2% ante os últimos três meses do ano passado. Por sua vez, a população ocupada registrou queda de 0,6% nos três meses até abril, para 92,179 milhões. O IBGE usa a comparação com o trimestre imediatamente anterior ao período anunciado para evitar repetição de dados relativos aos meses anteriores. Os setores que mais demitiram no período em comparação com o trimestre encerrado em janeiro foram construção, com corte de -288 mil vagas, e comércio, com redução de -176 mil postos de trabalho. Já o nível de ocupação, que mede a parcela da população ocupada em relação à população em idade de trabalhar, caiu a 56,3% nos três meses até abril, ante 56,7% no trimestre até janeiro. O IBGE informou ainda que o rendimento real dos trabalhadores recuou 0,5% na comparação entre os dois períodos, para R$1.855. Também caiu 0,4% em relação a igual período do ano passado. A Pnad Contínua tem abrangência nacional e o objetivo é que substitua a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que leva em consideração dados apurados apenas em seis regiões metropolitanas do país. No último dado disponível da PME, o desemprego chegou em abril ao maior nível em quase quatro anos, de 6,4%. O mercado de trabalho vem desde o início do ano apresentando esgotamento, sucumbindo à fragilidade da economia, num quadro de inflação alta, juros elevados e aperto fiscal em curso, com contração econômica. Em abril, o Brasil fechou 97.827 vagas formais de trabalho, pior resultado para o mês na série histórica, segundo dados do Ministério do Trabalho.

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