Rio de Janeiro, 14 de Dezembro de 2025

Talebã abre fogo em universidade no Paquistão

Um grupo de militantes do Talebã abriu fogo nesta quarta-feira na universidade Bacha Khan, em Charsadda, no noroeste do Paquistão.

Quarta, 20 de Janeiro de 2016 às 08:07, por: CdB

 

Grupo invade salas de aula e dormitórios, mata pelo menos 21 pessoas e deixa dezenas de feridos

Por Redação, com DW - de Charsadda: Um grupo de militantes do Talebã abriu fogo nesta quarta-feira na universidade Bacha Khan, em Charsadda, no noroeste do Paquistão. O ataque deixou pelo menos 21 mortos e dezenas de feridos. Entre os mortos estão estudantes, policiais e um professor. O ataque começou logo após o início das aulas. Apesar de caça aos atiradores em andamento, o Exército paquistanês afirmou que os extremistas foram contidos e quatro deles foram mortos. Salas de aula e dormitórios da universidade foram esvaziadas. – Todos os estudantes foram retirados dos dormitórios, mas extremistas ainda estão escondidos em diferentes locais da universidade, e alguns estudantes e funcionários estão presos lá dentro – disse o inspetor da polícia Saeed Wazir. De acordo com a polícia, o grupo armado aproveitou o nevoeiro para escalar, sem serem percebidos, o muro da universidade. Eles entraram nos prédios e abriram fogo contra estudantes e professores que estavam em salas de aula e nos dormitórios. – A maioria dos estudantes e funcionários estava em sala de aula quando o ataque começou. Não tenho ideia do que está acontecendo, mas ouvi um funcionário de segurança falando ao telefone com alguém e dizendo que muitas pessoas foram mortas e feridas – contou Shabir Khan, professor no departamento de Língua Inglesa.
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Equipe de resgate retira feridos de universidade após ataque

Ato de vingança

O Talebã assumiu a autoria do atentado e afirmou que o ataque foi um ato de vingança após a morte de militantes do movimento fundamentalista islâmico pelas forças de segurança paquistanesa. O ataque ocorreu no mesmo dia em que estava programado no local um recital de poesia em memória de Khan Abdul Ghaffar Khan, um ativista popular pastó que lutou pela independência. A universidade possui mais de 3 mil estudantes e se preparava para receber 600 pessoas para o evento. O primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, condenou o ataque à universidade e afirmou que os atiradores não têm fé ou religião. "Estamos determinados e comprometidos a acabar com a ameaça do terrorismo no nosso país", disse. O Paquistão tem sido palco da violência jihadista. Após um massacre do Talebã a uma escola em Peshawar, que matou mais de 150 pessoas, a maioria delas criança, em dezembro de 2014, o país intensificou o combate aos extremistas e prendeu centenas de suspeitos.
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