Setor de serviços no Brasil piora em abril

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Publicado Quarta, 04 de Maio de 2016 às 10:05, por: CdB

O PMI de serviços do Brasil caiu a 37,4 em abril, contra 38,6 em março, segundo nível mais baixo em mais de nove anos de coleta de dados

Por Redação, com Reuters - de Brasília:
A atividade do setor de serviços do Brasil voltou a apresentar forte deterioração em abril, em meio às intensas demissões e que levaram à redução de preços pela primeira vez em um ano e meio, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada nesta quarta-feira.
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Entrevistados citaram a fragilidade econômica no país como fator para a queda da produção de serviços em abril
O PMI de serviços do Brasil caiu a 37,4 em abril, contra 38,6 em março, segundo nível mais baixo em mais de nove anos de coleta de dados, permanecendo bem abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração. - As perspectivas econômicas continuam sombrias quando existe tanta incerteza no mercado. As reformas econômicas não devem fazer parte da agenda dos políticos até que seja alcançado um resultado sobre o impeachment no Senado - disse a economista do Markit Pollyanna De Lima em nota, referindo-se ao processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff. As empresas de serviços tentaram em abril atrair novos clientes oferecendo descontos, mostrou a pesquisa, apesar de mais um aumento nos custos de insumos. Segundo o Markit, os preços médios de venda foram reduzidos pela primeira vez desde outubro de 2014, caindo nas áreas de Hotéis e Restaurantes, Aluguéis e Atividades de Negócios e Transportes e Armazenamento. Os entrevistados citaram a fragilidade econômica no país como fator para a queda da produção de serviços em abril, com forte contração no volume de entrada de novos trabalhos, destacadamente no setor de Correios e Telecomunicações. A demanda no país vem sendo afetada pelo impasse político, pela piora no otimismo dos clientes e pela recessão econômica, de acordo com a pesquisa. Buscando diminuir custos, as empresas de serviços reduziram o nível de emprego em abril pela taxa mais forte já registrada na pesquisa, com os cortes acelerando em todos os seis subsetores acompanhados, afetando também o consumo. - O desemprego mais alto deve agravar ainda mais a demanda doméstica nos próximos meses - alertou Pollyanna. Ainda assim, o otimismo entre os fornecedores de serviços no país melhorou, diante das expectativas de que as crises econômica e política vão terminar. O grau de otimismo chegou ao maior nível em sete meses, com mais da metade dos entrevistados esperando crescimento da produção ao longo do próximo ano. A Fundação Getulio Vargas (FGV) já havia apontado melhora de seu Índice de Confiança de Serviços (ICS) do Brasil em abril, devido também à alta das expectativas. Com a piora também do setor industrial, o PMI Composto brasileiro atingiu em abril o menor nível da série, de 39,0, contra 40,8 em março.
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