Reintegração de posse despeja pelo menos 500 pessoas em SP

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Publicado Terça, 08 de Novembro de 2016 às 09:46, por: CdB

O local, ocupado há 2 anos, é de propriedade da construtora Savoy, que pretende erguer ali um condomínio. A área, localizada rua José de Costa Andrade, número 35, é bastante arborizada

Por Redação, com ABr - de São Paulo:

A reintegração de posse em um terreno de 1,98 milhão de metros quadrados na Zona Leste da capital paulista seguiu tensa desde às 6h desta terça-feira. Após a Polícia Militar ter atirado bombas de gás e spray de pimenta contra as famílias, focos de incêndio foram provocados pelos moradores. Ao menos 500 pessoas terão de deixar suas casas, calculam oficiais de Justiça.

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A reintegração de posse em um terreno de 1,98 milhão de metros quadrados na Zona Leste da capital paulista seguiu tensa desde às 6h desta terça-feira

O local, ocupado há 2 anos, é de propriedade da construtora Savoy, que pretende erguer ali um condomínio. A área, localizada rua José de Costa Andrade, número 35, é bastante arborizada e tem vegetação nativa, com difícil acesso. Jornalistas foram impedidos pela PM de acompanhar a remoção.

Luís Eduardo Ferreira de Melo, 28 anos, feirante, tem três filhos. Ele tentava salvar os poucos pertences que tem, como televisão, geladeira e fogão. “Estou com a minha perua tentando tirar, mas eles não deixam entrar. Falaram para eu esperar e tirar no final. Mas se eu esperar não vai sobrar nada”, lamentou.

Moradores

A esposa de Luís, Maria, disse que a casa de aluguel onde a família morava anteriormente tinha pegado fogo por problema na fiação. “A gente não tinha recurso, dinheiro, comecei a morar aqui. Mas agora sou obrigada a sair. Não tenho para onde ir”, disse ela. A família estava na ocupação há 7 meses.

Maria Aparecida da Silva, 33 anos, chegou com o marido e cinco filhos há 20 dias de Juazeiro do Norte, no Ceará. A família tentava retirar os pertences, como fogão, cama das crianças, roupas, documentos.

– Na hora que a gente foi retirar, tacaram bomba de gás. A gente correu com as crianças, eles estavam chorando, com olho ardendo – disse ela. “Viemos (para São Paulo) tentar a vida, mas não deu. Nós vamos seguir em frente. Não pode desistir. Vamos ficar na rua com essas crianças todas”, completa Francisco Alves Bezerra, de 47 anos.

À Agência Brasil entrou em contato com a secretaria municipal da Habitação, que ainda não se pronunciou.

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